10 anos de Pontificado

Movimento católico destaca empenho do Papa Francisco pela paz

Movimento Comunhão e Libertação recebeu do Papa Francisco o apelo de auxiliá-lo nos esforços pela paz no mundo

Kelen Galvan
Da Redação

Papa Francisco / Foto: Eric Vandeville/ABACAPRESS.COM

Ser promotor da paz é um compromisso de todo cristão, e, nestes dez anos de Pontificado, o Papa Francisco empenhou-se em buscar e pedir a paz diante de muitas realidades de conflitos.

Várias foram as ocasiões em que o Pontífice levantou a voz para clamar pelo pelo fim da guerra na Ucrânia, por exemplo, que acontece há mais de um ano. Francisco tem feito constantes apelos e, por diversas vezes, expressou seu desejo de ir a Moscou para tentar favorecer um diálogo pela paz. Neste processo, um fato marcante foi a consagração da Rússia e da Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria, atendendo a um pedido feito pela própria Virgem Maria em sua aparição em Fátima.

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Francisco tem pedido frequentemente aos católicos que rezem pela paz, e de forma especial fez um convite aos membros do Movimento Comunhão e Libertação. Em um encontro com o Papa, em outubro de 2022, o Pontífice afirmou que o atual momento que o mundo vive o assusta particularmente, e pediu ao movimento que o acompanhe nessa profecia pela paz.

“Como o Papa fala, a guerra acontece quando falta a consciência do outro, que o outro no fundo é sempre um bem para mim. (…) E isso não acontece apenas na guerra entre os povos, entre as comunidades, pode acontecer dentro da Igreja (…). Quando começa a faltar a consciência de Cristo como um acontecimento, é difícil que se creia neste espaço de diálogo, de consideração do outro como algo que eu preciso para viver”, destaca o responsável no Brasil pelo Movimento Comunhão e Libertação, Marco Montrasi.

Ele afirma que, neste momento, o mundo parece estar perdendo essa “consciência da presença real de Deus dentro do mundo”, que é a “única que pode gerar esse olhar humano”. E quando perde-se essa clareza é muito fácil que as divisões apareçam com força.

Na última Solenidade de Todos os Santos, o Papa explicou como é a paz de Jesus, muito diferente do que se imagina. O membro da diaconia central do Movimento Comunhão e Libertação, Dr. Otonei Alcântara, recorda que, há algum tempo, o Papa tem falado sobre “uma guerra em pedaços” e praticamente em todos os conflitos que vêm acontecendo, ele deu uma palavra. E há tantos países que vivem conflitos, como Myanmar, Iêmen, Congo, Síria.

Sobre essa mesma temática, Otonei participou do programa Além da Notícia, exibido na TV Canção Nova no último dia 16 de março. Assista:

Otonei destaca que um ponto fundamental da Doutrina Católica é entender que a paz começa no coração de cada homem. Ele lembra que, na Encíclica Gaudete et exsultate, o Papa explica sobre as reduções do coração e os dois inimigos da santidade. Um é a ideologia, ou seja, o não amor à Verdade, no qual o sujeito se acha dono da verdade e, em função disso, quer impor sua verdade aos outros; e o segundo é a ideia de ser superior aos outros.

“Essa perda de um olhar mais global sobre si próprio e sobre o bem comum, evidentemente, tem a ver com esta falta de olhar sobre o mistério na vida, sobre a dependência de Deus. A ausência desse olhar também é geradora disso (dos conflitos) e talvez a grande causadora disso”, aponta Otonei.

Para ele, esse desejo de paz precisa ser sustentado pelo Senhor. “Sem esse sustento que vem do Alto, a parcialidade, a violência, a mentira e a morte nos vencem”.

Alguns gestos do Papa em prol da paz

Recordamos o encontro histórico ocorrido no Vaticano, em 8 de junho de 2014, que reuniu o então presidente de Israel, Shimon Peres, e o presidente da Palestina, Mahmoud Abbas. Na ocasião, eles rezaram juntos com o Papa Francisco pedindo a paz no Oriente Médio.

Essa atenção à paz esteve presente, de diferentes formas, nas dezenas de viagens apostólicas de Francisco. Somando apenas as viagens internacionais, o Papa realizou 40 nesta primeira década de Pontificado.

Em 17 de dezembro de 2014, Estados Unidos e Cuba surpreenderam o mundo com uma aproximação histórica, após 50 anos de confrontos. E ambos os países consideraram as intervenções do Papa Francisco como fundamentais para a reconciliação. Em 2015, o Pontífice visitou os dois países no mesmo fim de semana e elogiou os esforços pela paz.

Francisco também esforçou-se para consolidar o processo de paz na Colômbia, que viveu cinco décadas de conflitos sangrentos. Em 2017, o Pontífice fez questão de ir ao país, poucos meses após o histórico acordo de paz assinado entre o governo colombiano e as Farc. Com a visita, Francisco cumpriu uma promessa pública, que fez durante sua viagem a Cuba em 2015, de que se um acordo de paz fosse assinado, ele visitaria a Colômbia, país predominante católico, para ajudar a solidificá-lo.

Um gesto muito tocante ocorreu no dia 11 de abril de 2019, quando o Papa beijou os pés de líderes civis e eclesiásticos do Sudão do Sul, presentes no Vaticano para um retiro espiritual para a paz. No discurso de encerramento do retiro, Francisco exortou os líderes políticos do país a cumprirem o acordo de paz assinado em 2018. E ao final, beijou os pés do presidente da República Salva Kiir Mayardit e dos vice-presidentes-designados presentes, entre os quais Riek Machar e Rebecca Nyandeng De Mabior.

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