JUBILEU DA VIDA CONSAGRADA

Papa se encontra com eremitas italianos em Roma para o Jubileu

O Bispo de Roma encontrou-se com um grupo de eremitas em Roma para o Jubileu da Vida Consagrada e encorajou-os a continuar a viver a sua vocação

Da redação, com Vatican News

Como parte das atividades do Jubileu, o Sucessor de Pedro encontrou-se com grupo de eremitas em Roma / Foto: Matteo Minnella – Reuters

“Em um mundo cada vez mais alienado pela mídia e pela tecnologia”, há uma necessidade maior do que nunca de responder ao “chamado à interioridade e ao silêncio, a viver em contato consigo mesmo, com o próximo, com a criação e com Deus”. Com essas palavras, o Papa Leão XIV encorajou um grupo de eremitas italianos que encontrou na manhã de 11 de outubro na Sala do Consistório do Palácio Apostólico. Eles estavam em Roma para o Jubileu da Vida Consagrada, celebrado de 8 a 9 de outubro. A vocação dos eremitas, disse o Papa, testemunha à Igreja a “beleza da vida contemplativa”. Ela “não é uma fuga do mundo, mas uma regeneração do coração, para que se torne capaz de escutar, fonte de ação criativa e ação fecunda da caridade que Deus nos inspira”.

“A distância do mundo não os separa dos outros, mas os une em uma solidariedade mais profunda.”

A importância dos eremitas na Igreja

O Papa destacou que da “íntima amizade com o Senhor” que os eremitas são chamados a viver, “renascem a alegria de viver, a maravilha da fé e o sabor da comunhão eclesial”. Ele enfatizou a relevância da presença deles, especialmente em áreas rurais ou remotas, onde padres e religiosos são cada vez mais raros e as paróquias perdem oportunidades. Mesmo em contextos urbanos anônimos e complexos, marcados por uma solidão negativa, o Papa disse que os eremitérios se tornam oásis de comunhão com Deus e com os irmãos.

“A vossa presença simples e o vosso testemunho orante, através da comunhão com o bispo e da relação fraterna com os párocos, tornam-se preciosos e fecundos, pois aumentam o “sopro espiritual” da comunidade cristã.”

Ajudando os outros a recentralizar seus corações

O Papa Leão XIV prosseguiu explicando que, embora os eremitas permaneçam fiéis ao legado dos Padres da Igreja — “salvaguardando a Palavra, por meio da lectio divina e do serviço da oração e da intercessão com a oração dos Salmos” —, eles também são chamados a enfrentar novos desafios espirituais com “a criatividade do Espírito Santo”. “É o Paráclito”, disse ele, “que os abre ao diálogo com todos os que buscam o sentido e a verdade, educando-os a compartilhar e guiar sua busca espiritual, muitas vezes confusa.”

“Todos vocês podem encorajar os outros a retornarem a si mesmos, a redescobrirem o centro de gravidade do coração, como o Papa Francisco nos ensinou na Encíclica Dilexit nos.”

“Lá, no fundo da alma, cada pessoa pode descobrir o fogo do desejo de Deus que arde e nunca se apaga”, continuou o Papa. Os eremitas são “guardiões e testemunhas” desse desejo que habita em cada pessoa, “para que cada um o descubra e o alimente em si mesmo.”

Entrando no segredo do coração

O Papa também enfatizou que “o Pai busca e chama, em todos os tempos, homens e mulheres a adorá-lo à luz do seu Espírito… e a se dedicarem inteiramente a Ele, a buscá-lo e ouvi-lo, a louvá-lo e invocá-lo, dia e noite, no segredo de seus corações”. Ele explicou que Deus chama os eremitas a “entrar neste lugar escondido do coração, aprofundando-se pacientemente nele”, empreendendo uma jornada interior que exige “esvaziar-se e despojar-se de si mesmo”. “Uma vez entrado”, disse ele, Deus nos pede “que fechemos a porta aos maus pensamentos para salvaguardar um coração puro, humilde e manso, por meio da vigilância e do combate espiritual”.

“Só então podemos nos abandonar com confiança ao diálogo íntimo com o Pai, que habita e vê no segredo, e no segredo nos cumula com seus dons”.

Uma missão importante em tempos difíceis

Para o Papa Leão XIV, os eremitas podem ajudar os fiéis a redescobrir a importância da intimidade com Deus, porque “a solidão orante gera comunhão e compaixão por toda a humanidade e por cada criatura, tanto na dimensão do Espírito como no contexto eclesial e social”, onde os eremitas atuam como “fermento da vida divina”.

O Papa Leão XIV os exortou a “estar na brecha, com as mãos levantadas e o coração alerta”, caminhando “sempre na presença de Deus, em solidariedade com as provações da humanidade”. Ele concluiu: “Mantendo o olhar fixo em Jesus e abrindo as velas dos vossos corações ao seu Espírito de vida, navegai com toda a Igreja, nossa mãe, no mar tempestuoso da história, rumo ao Reino de amor e paz que o Pai prepara para todos”.

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