Com o fim do Ano Jubilar, o Sucessor de Pedro recordou aos fiéis, em uma audiência neste sábado, 20, que seu dom mais profundo perdura
Da redação, com Vatican News

Papa Leão XIV / Foto: Alessia Giulianiipa – Sipa USA via Reuters
Em sua catequese, durante a última Audiência Jubilar deste Ano Santo, o Papa Leão XIV lembrou aos fiéis que a peregrinação inspirada por este ano não termina.
“O Jubileu está chegando ao fim”, disse o Papa, “mas a esperança que este ano nos deu não acaba: permaneceremos peregrinos da esperança”.
Iniciando sua catequese com palavras sobre a proximidade da celebração do Natal, o Papa Leão XIV refletiu sobre o significado da esperança cristã, enraizada não no medo, mas na proximidade de Deus revelada em Jesus Cristo.
Sem Cristo, observou ele, a proclamação de que “o Senhor está perto” poderia soar ameaçadora; em Jesus, porém, torna-se uma promessa de misericórdia.
“Nele não há ameaça, mas perdão”, disse o Papa, apontando para o mistério da Encarnação como o sinal definitivo de um Deus que dá a vida e a renova continuamente.
Sem esperança, estamos mortos
Citando as palavras de São Paulo aos Romanos: “Pois na esperança fomos salvos”, o Papa Leão XIV explicou que a esperança não é um sentimento vago, mas uma força viva e geradora.
“Sem esperança, estamos mortos; com esperança, viemos para a luz”, disse ele, descrevendo a esperança como uma virtude teologal, “um poder de Deus”, que dá vida.
A verdadeira força, explicou o Papa, não se encontra na dominação ou no medo. “O que ameaça e mata não é a força”, disse ele, “é a arrogância, o medo agressivo, o mal que nada gera”. A força de Deus, em contrapartida, “dá à luz”, e por essa razão, concluiu ele, “esperar é gerar”.
Escutem o clamor da terra e o clamor dos pobres
Recorrendo ao gemido da criação descrito por São Paulo, o Papa Leão XIV convidou os fiéis a escutarem atentamente “o clamor da terra e o clamor dos pobres”, lamentando a injustiça de um mundo em que os recursos se concentram cada vez mais nas mãos de poucos. Deus, recordou, destinou os bens da criação a todos.
“A nossa tarefa”, disse ele claramente, “é gerar, não roubar”.
A história está nas mãos de Deus e daqueles que n’Ele esperam
Até o sofrimento, observou o Papa, assume um novo significado na fé: torna-se “o sofrimento do parto”. Deus continua a criar, e os seres humanos, sustentados pela esperança, são chamados a cooperar nessa obra criadora. “A história”, disse ele, “está nas mãos de Deus e daqueles que n’Ele esperam”.
Refletindo sobre a dimensão mariana da oração cristã, o Papa Leão XIV apontou para Maria de Nazaré como a imagem viva da esperança que dá vida. Nela, disse ele, os fiéis veem “uma de nós que gera”, alguém que deu “rosto, corpo e voz à Palavra de Deus”.
“Jesus quer nascer de novo”, disse o Papa. “Nós podemos dar-lhe corpo e voz. Este é o parto que a criação aguarda.”
“Esperar”, concluiu ele, “é ver este mundo tornar-se o mundo de Deus.”




