Jubileu 2025

"O amor muda a vida e o perdão restitui uma vida nova", afirma Dom Rino

Aos Missionários da Misericórdia, reunidos em Roma para o Jubileu, Dom Rino Fisichella afirma que ninguém pode ficar “fora da casa do Pai”, pois levaria à “falta de sentido da vida”

Da redação, com Vatican News

Foto: ALESSIA GIULIANIIPA/Sipa USA via Reuters Connect

A Missa do Jubileu dos Missionários da Misericórdia, neste domingo, 30, foi presidida pelo pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização, Dom Rino Fisichella, na Basílica de Sant’Andrea della Valle, em Roma.

Em sua homilia, o bispo comentou sobre o Evangelho do dia que traz a Parábola do Filho Pródigo (cf. Lc 15, 1-32), e afirmou que “ninguém pode permanecer fora da casa do Pai”, pois seria a rejeição do Seu amor e “levaria à falta de sentido da vida”.

A parábola do filho que volta para casa “foi revelada por Jesus para permitir a cada um de nós descobrir quão imenso é o amor de Deus”, quão diferente ele é do nosso e como “precisamos acolhê-lo em nós para entrar na profundidade do seu mistério quando Ele pretende oferecer a graça do retorno e da reconciliação”, afirmou Dom Fisichella.

“Jesus não podia falar de Deus em termos humanos com características mais significativas”, para dar voz “ao amor e à misericórdia do Pai”. Ele convida a encontrar traços comuns a nós tanto no primeiro quanto no segundo irmão. Tal como o primeiro filho, “mais cedo ou mais tarde todos pedimos uma herança”, queremos “ser livres, autônomos, assumir a nossa própria existência”, com a consequência do fracasso, porque “longe de Deus e da sua casa, a Igreja”, acabamos por seguir “o caminho que nos leva a fazer coisas inúteis, a usar pensamentos fúteis e a experimentar na própria pele a distância da fonte do amor”, explicou o bispo aos missionários e fiéis presentes na celebração.

O pecado do irmão próximo a Deus

O filho mais velho, “muito parecido com todos nós”, lembrou Dom Fisichella, vive o retorno do irmão “com raiva e ressentimento”. Como ele, pelos nossos anos de serviço fiel, pedimos “um cabrito para festejar com os amigos”, para ter algo em troca, a ponto de “confundir a gratuidade do serviço e fazê-lo tornar-se uma arma de rebelião contra Deus”.

Da resposta do Pai, “Filho, tu estás sempre comigo e tudo o que é meu é teu”, emerge o nosso pecado. Não compreendemos “o valor da proximidade de Deus”.

Conscientes da graça de estar com o Pai

Dirigindo-se aos sacerdotes, o celebrante disse: “Quando nos habituamos ao nosso ministério, tudo se torna óbvio, repetitivo” e não saboreamos “o sentido de comunhão com ele”. Se, em vez disso, estivéssemos “conscientes da graça que nos é dada de estar sempre com Ele todos os dias”, a nossa existência de sacerdotes seria uma expressão transparente do amor do Pai. Por isso, “somos chamados a perseverar com Deus para partilhar tudo com Ele”.

O pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização convidou a “fazer nossos os sentimentos de paternidade” do Pai da parábola, e a “saber olhar distante para notar imediatamente a presença de quem está longe e se aproxima”.

“Devemos deixar imediatamente a miopia” de pensamentos e comportamentos “para alargar o coração e a mente para entrar profundamente naquele que se aproxima de nós”, explicou.

“Assim como o Pai corre ao encontro do filho”, o sacerdote não fica apenas sentado no confessionário, “mas sabe ir ao encontro do filho quando ele ainda está longe, porque reconheceu o seu retorno a casa”. No abraço do filho que errou, compreende-se “como o amor esquece o pecado, e o perdão obriga a olhar diretamente para o futuro” para viver com dignidade.

Ninguém pode permanecer fora da casa do Pai

O Pai manifesta então a sua paciência pelo segundo filho, “reticente e irado”, não repreendendo-o, mas pedindo-lhe algo muito mais exigente: “Reconhecer que o amor muda a vida; que o perdão restitui uma vida nova; que a partilha é fruto da generosidade que nos foi dada”.

Dom Fisichella disse que “os dois filhos devem reconhecer que são irmãos” e retornar juntos à casa do Pai, porque somente juntos “podemos fazer emergir a grandeza do amor do Pai”. Ninguém pode permanecer “fora da casa do Pai”, sob pena de “a vida não ter sentido”: com a reconciliação plena e total, cada um dos irmãos pode redescobrir que é filho.

Missionários da Misericórdia

Aos Missionários da Misericórdia, “instrumento especial de reconciliação”, cabe a tarefa de recordar a todos, como faz Jesus com esta parábola, “quão imenso é o amor de Deus” e quão diferente ele é do nosso, e que a Eucaristia “é a fonte e o manancial do perdão”, o banquete festivo pedido pelo Pai, no qual se realiza a verdadeira e plena reconciliação, porque aqui o sacrifício de Cristo tem a sua expressão máxima.

O ministério da reconciliação, enfatizou o arcebispo, “requer ser eucarístico para ser plenamente expressivo do mistério da nossa fé”.

O concerto “Missa Papae Francisci” em memória de Morricone

Na parte da tarde, será realizado o quinto dos Concertos do Ano Santo para a Resenha “O Jubileu é cultura”. Trata-se de um concerto sinfônico gratuito “Missa Papae Francisci” em memória de Ennio Morricone, executado pela Orchestra Roma Sinfonietta, junto com o Novo Coro Lírico Sinfônico Romano e o Coro “Claudio Casini” da Universidade de Roma Tor Vergata.

A apresentação, dirigida pelo Maestro Gabriele Bonolis, se realiza às 16h (hora local) na Igreja dos Santos Ambrogio e Carlo al Corso.

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