JUBILEU DO VOLUNTARIADO

A caridade nos fortalece e nos conduz ao Céu, afirma padre

A Igreja celebra o Jubileu do Voluntariado, oportunidade em que mostrará como este tipo de ação pode mudar o mundo e levar esperança a quem mais sofre

Thiago Coutinho
Da redação

Foto: Canva Pro

Neste fim de semana, 8 e 9 de março, em consonância com o Ano Jubilar, a Igreja realizará o quinto dos grandes eventos dedicados ao Jubileu. Trata-se do Jubileu do Voluntariado, que contará com número expressivos, segundo estimativas do Vaticano: 15 mil voluntários são da própria Itália, sendo 5 mil dos grupos das Misericórdias, 4 mil da Proteção Civil e 800 da Caritas — outros países também terão representantes, entre eles 85 brasileiros.

O Brasil, a propósito, é um grande expoente quando se trata de trabalho voluntário. Pesquisa realizada pela Voluntariado no Brasil, de 2021, aponta que 56% da população adulta brasileira relatou ter participado ou estar envolvida em alguma atividade voluntária.

“O nosso Deus é caridade, e a caridade foi expressada de modo máximo na encarnação de Cristo, que vem ao encontro das nossas fragilidades para nos fortalecer e nos conduzir ao Céu”, afirma padre Tiago Aparecido de Souza Barbosa, Assessor de Comunicação da Diocese de Marília (SP). “Assim, a caridade muda não só a vida de quem a faz, mas também de quem a recebe e nos aproxima de Deus, porque o nosso Deus é caridade”, reitera.

A sensibilidade brasileira

A tendência de aumento da ação voluntária no Brasil tem sido crescente. Em 2001, apenas 18% da população tinha algum tipo de envolvimento com trabalho voluntário. “De fato, o povo brasileiro traz consigo a sensibilidade de estender as mãos, e esta máxima é constatada em vários serviços voluntários que temos, seja no seio paroquial, seja na dimensão social”, diz padre Tiago.

Em diversos momentos da história mundial, a Igreja se tornou uma espécie de braço auxiliar da humanidade — como foi visto durante a pandemia de Covid-19 e durante as guerras enfrentadas pelo mundo, em regiões como Ucrânia e Palestina. “O papel da Igreja no mundo é justamente o serviço generoso da caridade. Deus é amor, Deus é caridade, Deus é braço estendido e a sua igreja como mãe-mestra também cuidando dos pobres e dos necessitados por meio de tantos trabalhos voluntários. É sempre presença mariana que cuida, que acolhe e que resgata”, pondera o religioso.

Testemunho

Theresa Emmir Menezes Queiroz, missionária e psicóloga, é um exemplo de vida dedicada à caridade. Atualmente ela atua na Ilha do Marajó (PA), no Espaço de Paz, um local que cuida de crianças e jovens dos 7 aos 18 anos. Lá, essas crianças contam com diversas oficinas em que aprendem artes, esporte, estudam e têm um momento dedicado à espiritualidade. As experiências vividas por Theresa abriram seus olhos para a importância do trabalho voluntário — especialmente quando esses trabalhos envolvem pessoas mais necessitadas.

“E esse processo envolve muita oração, fui percebendo que esse era o caminho que Deus pede para o Espaço de Paz. A gente vai levando esperança em cada atendimento, em cada oficina, em cada visita domiciliar que a gente faz, em cada visita nas comunidades ribeirinhas, a gente vai sendo esse canal de Deus, de levar para eles, de mostrar que é possível, que existe a felicidade, que eles podem encontrar com Deus, que eles podem ter essa esperança renovada mesmo”, detalha a missionária.

Para Theresa, o processo de voluntariado transforma vidas, traz paz para quem o realiza e quem recebe. Esse processo de ajuda ao próximo, para a missionária e psicóloga, pode ser transcendental e que dar sentido à vida. “São histórias que realmente mexem com tudo aquilo que a gente conhece, sofrimentos que nunca imaginei encontrar. Como um lugar pode ser tão esquecido ou como isso ainda pode acontecer? As pessoas veem e nada muda. Mas depois fui percebendo que é esse trabalho, é esse movimento de levar esperança, de corresponder ao chamado de Deus e de servir como voluntária que vai dando sentido a todo o sofrimento que encontro”, finaliza.

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

↑ topo