“Somente com jovens discípulos e missionários é que a Jornada Mundial da Juventude poderá ser eternizada”
Por Daniel Machado
Produtor do portal cancaonova.com
“Aprendamos a fazer memória daquilo que Deus fez em nossa vida”. Estas palavras do Papa Francisco são atuais e necessárias para nós jovens, principalmente hoje, quando celebramos um mês da abertura oficial da Jornada Mundial da Juventude Rio 2013. De acordo com a Bíblia, fazer memória é mais do que ‘recordar’, é viver novamente, trazer para o coração e para a ação a experiência vivida com Deus.
Durante esses dias ‘pós-Jornada’, olhamos as fotos, lemos os discursos do Santo Padre, assistimos aos vídeos na internet, postamos nossas recordações nas redes sociais, partilhamos a JMJ em nossas paróquias, ou seja, fizemos memória de dias inesquecíveis. Ao lembrar cada momento, sentimos aquele frio na barriga e os olhos lacrimejam, como se pudéssemos voltar no tempo, numa vontade enorme de viver tudo novamente. Sim, isso é fazer memória, é dizer como o salmista: “Lembrai sempre as maravilhas do Senhor” (Sl 104).
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Como não lembrar a alegria com que nossas dioceses receberam nossos irmãos estrangeiros na Semana Missionária? Como não recordar a chegada ao Rio de Janeiro, a empolgação dos jovens nas ruas, o ambiente fraterno e acolhedor da cidade maravilhosa? Como não se emocionar com a cruz peregrina e o ícone de Nossa Senhora subindo o palco principal na Missa de abertura? Como não lembrar e dar risada do flashmob dos bispos? Como não fazer memória da chegada do Papa Francisco em Copacabana, de suas palavras e de sua proximidade? Como não ouvir novamente o barulho das ondas de Copacabana e o silêncio de três milhões de pessoas diante de Jesus Sacramentado?
Na minha memória, estão as palavras do Santo Padre: “Quero que vocês saiam, quero que a Igreja vá para as ruas. Sejam revolucionários!”. Mas também estão na memória palavras de gente do dia a dia, moradores de Copacabana, como um policial que me confidenciou: “Cara, nunca vi algo igual. Eu sempre atuo aqui em Copacabana e, durante toda essa semana, não atendi nenhuma ocorrência de briga, violência ou embriaguez”. A balconista de uma lanchonete disse: “Esse povo enfrenta fila de uma hora na maior alegria. Bem diferente do público do Réveillon, que, certamente, já estaria me xingando. Esses aqui dançam, cantam, rezam… É impressionante!”. “A cidade do Rio de Janeiro foi invadida por uma onda do bem”, disse o prefeito com voz embargada.
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Veja mais fotosEnquanto se dizia que a Igreja havia ‘parado no tempo’, que era ‘ultrapassada’ e ‘morta’, emergiu, no Rio de Janeiro, uma juventude viva, alegre e dinâmica. Uma Igreja jovem que convoca seus fiéis a serem protagonistas de um mundo mais humano e fraterno, uma Igreja que deixa os críticos procurando, até hoje, palavras para definir o que foi a semana da JMJ Rio 2013.
A mídia bem que tentou falar dos gastos públicos com a JMJ, ‘pincelar’ transtornos em meio aos jovens, dar ênfase aos problemas de infraestrutura da cidade, mas quando entrevistavam os peregrinos, escutavam um “está tudo muito bom!” como resposta.
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A imprensa brasileira teve que se dobrar diante do testemunho da JMJ, a qual injetou 1,8 bilhões na economia e quebrou o recorde de público em um único evento na cidade (3,7 bilhões). Os extrangeiros gostaram tanto da hospitalidade brasileira que, segundo pesquisa da Embratur, 89% dos peregrinos se declararam ‘satisfeitos’ ou ‘muito satisfeitos’ com a viagem ao Brasil, e 93% voltariam ao país.
Sim, a Jornada Mundial da Juventude superou as expectativas, deu um testemunho por si mesma. Mas não nos esqueçamos que fazer memória da JMJ implica atender ao apelo feito desde o seu lema: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”. Não existe melhor maneira de renovar a experiência desses dias atendendo ao apelo do Papa Francisco: “Saiam, façam barulho!”.
Nas famílias, nas paróquias, nas universidades, nas periferias, nos seminários, nos lugares mais longíquos deste nosso mundo, ainda se espera pelos jovens que, há um mês, lotaram Copacabana. Somente com jovens discípulos e missionários é que a Jornada Mundial da Juventude poderá ser eternizada no coração de tantas pessoas.
Infográfico: Os números da JMJ