Na quarta matéria da série “Patronos da JMJ Lisboa 2023”, conheça mais sobre São Bartolomeu, grande exemplo de humildade
Huanna Cruz
Da Redação
Em preparação à Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023, que será de 1º a 6 de agosto próximo, o noticias.cancaonova.com segue com a série sobre os Patronos da JMJ. Nesta sexta-feira, 21, vamos falar sobre São Bartolomeu dos Mártires.
Segundo o Pároco de Óbidos, A-dos-Negros e Gaeiras, padre Ricardo Figueiredo, a escolha dos patronos seguiu três critérios, um deles, a escolha dos santos naturais da cidade de Lisboa, o que é o caso de Bartolomeu.
Segundo o sacerdote, entre os padres, Bartolomeu dos Mártires é, muitas vezes, referido como um grande exemplo de pastor. De forma particular, a referência ao seu livro “Stimulus Pastorum” é comum: este texto escrito no século XVI foi entregue ainda aos bispos que participaram no I Concílio do Vaticano e no II Concílio do Vaticano.
Bartolomeu dos Mártires, na senda do Concílio de Trento, foi um grande reformador da vida cristã. De forma particular, nas visitas às paróquias, preocupava-se com as famílias e, nestas, com os mais novos, para que tivessem uma vida digna e recebessem formação cristã e cultivassem a vida sobrenatural. Neste sentido, “é um grande intercessor para os jovens, na medida em que recorda aquilo que é o essencial da vida cristã”.
História
Segundo padre Ricardo, Bartolomeu Fernandes era de uma família humilde e, desde muito cedo, acalentou o desejo de se tornar Dominicano, entrando para a Ordem aos 14 anos em 1528. Quando entra na vida religiosa, recebe o nome de Bartolomeu dos Mártires, em referência à sua paróquia de origem, Nossa Senhora dos Mártires, na capital de Portugal.
“Desde muito cedo, Bartolomeu mostrou uma grande capacidade para o estudo e recebeu uma sólida formação humana, religiosa, acadêmica e teológica. Durante 20 anos, lecionou Teologia em diversos conventos da Ordem dos Pregadores. Homem muito simples, resistiu quando foi indicado para Bispo, no entanto, dada a insistência das autoridades eclesiásticas e o pedido do seu provincial, aceitou, tornando-se Arcebispo de Braga”.
Padre Ricardo afirma que São Bartolomeu continuou a escrever livros e orientações para os diocesanos, mas, ao mesmo tempo, dedicava-se ardentemente à visita nas paróquias da diocese, e percorreu todas: eram mais de 1200. Uma das coisas que mais o preocupou foi a falta de formação do clero e o pouco conhecimento de doutrina por parte dos fiéis. Promoveu diversas formações para o clero da diocese e procurava, pela pregação, instruir os fiéis.
Esforços em prol da vida cristã
O santo participou na fase final do Concílio de Trento e levou estas suas preocupações para aquele evento tão importante da Igreja. Terminado o Concílio, regressou a Braga e procurou com todas as forças instaurar as reformas necessárias. Foi incansável: redigiu um catecismo com a exposição da fé e da vida espiritual do cristão e ainda lançou a fundação do Seminário para a formação dos clérigos.
“Toda a ação de Bartolomeu dos Mártires era marcada pela atenção esmerada pelos pobres e mais necessitados”, ressalta o padre. Durante a peste, entre 1569-1570, em que diversas autoridades civis recomendavam que saísse da cidade, este não abandonou os seus e multiplicou-se em gestos de caridade. Com 76 anos de idade, em 1590, morre num convento dominicano, para o qual tinha se recolhido depois de renunciar ao governo pastoral.
São Bartolomeu e a cidade de Lisboa
Bartolomeu é natural da cidade de Lisboa, mais precisamente da Paróquia de Nossa Senhora dos Mártires. “No entanto, depois de ter desempenhado a missão de ensino no convento dominicano em Lisboa, percorreu várias partes do país. Hoje fica em Lisboa apenas a memória do seu lugar de início da vida cristã”, afirma o padre.
“Ao longo da sua vida, foi chamado a desempenhar missões muito importantes, desde cedo como professor de Teologia e depois como Bispo, no entanto nunca esqueceu as suas origens simples e cultivava constantemente hábitos frugais. Foi um grande exemplo de humildade”.
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