Livros

Um Papa autor: conheça livros escritos por João Paulo II

Papa polonês escreveu cinco livros ao longo de seu pontificado

Rogéria Nair
Da Redação

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Foto: L’Osservatore Romano / vatican.va

Não é comum a um Papa publicar livros. João Paulo II, durante seu pontificado, publicou cinco: O Limiar da Esperança (Outubro de 1994); Dom e Mistério (Novembro de 1996); Tríptico Romano (Março de 2003); Levantai-vos! Vamos! (Maio de 2004) e Memória e Identidade (Fevereiro de 2005).

Por ocasião da celebração dos seus 50 anos de sacerdócio, o Santo Padre escreveu “Dom e Mistério”, livro de cunho auto-biográfico em que relata suas experiências desde as dificuldades do seu tempo de seminário, devido às invasões nazistas, até o seu papado. O livro pode ser utilizado para direcionar os sacerdotes no exercício do seu ministério.

“Tríptico Romano” foi escrito em forma de poema, dividido em três tábuas. Na primeira ele reflete sobre a experiência da criação, sua beleza e seu dinamismo. A segunda tábua refletida numa fonte cujo nome é o Verbo. Através de uma caminhada espiritual, o peregrino é orientado a nadar contra a corrente para alcançar o Princípio dessa fonte em que a grande surpresa à chegada é que o “início” revela também o “fim”. Nesta segunda tábua é abordada a ideia de que “se no começo pudemos ver Deus, a partir do homem, agora devemos aprender a ver o homem a partir de Deus”.

A terceira traz a figura de Abraão e Isaac na subida ao monte de Moria, que é a subida contra a corrente, para a nascente que é também a meta. Neste ato reflete-se seus temores, sofrimentos e esperanças. No fim compreende-se que o diálogo entre Abraão e Isaac é o diálogo entre o Pai e o Filho, O Verbo. E ao mesmo tempo representa a resposta do diálogo humano a ser completado.

No fim, está a salvação de Isaac, o cordeiro sinal misterioso do Filho, que se torna Cordeiro e vítima do sacrifício, revelando desta forma o verdadeiro rosto de Deus: aquele Deus que se nos dá a si mesmo, que é inteiramente dom e amor, até às últimas consequências. Torna-se reconhecível o Deus que se entrega a si mesmo, que é mistério e, ao mesmo tempo, caminho e meta. Mostra o que é que significa ser homem: dar-se no amor, o que nos torna semelhantes a Deus. Através do caminho do Filho, no monte do sacrifício, revela-se “o mistério do princípio do mundo”.

“Alzatevi, andiamo!”- “Levantai-vos! Vamos!” compreende um texto auto-biográfico privado, que leva o leitor a entender com mais profundidade o pensamento e estilo de João Paulo II. Interessante, principalmente aos bispos, é resultado da experiência de Karol Wojtyla como bispo auxiliar, mais tarde como arcebispo em Cracóvia e finalmente como Papa.

Embasado em sua espiritualidade, procura ensinar seus Bispos a cumprirem sua missão. É um livro que atrai a atenção também dos leigos que têm o desejo de compreender com mais profundidade o coração de seus pastores. Neste livro também está expressa a relação de João Paulo II com os homens de pensamento, homens de ciência, com os artistas e com as pessoas. Destaca também como ele vive o sentimento de amizade, gratidão, lealdade e o sentido da paternidade espiritual.

Em seu livro “Cruzando o Limiar da Esperança”, escrito em outubro de 1994, o Sumo Pontífice traz a um nível acessível as mais profundas preocupações teológicas da vida. Fala com paixão sobre a existência de Deus, sobre a dignidade do homem; acerca da dor, do sofrimento e do mal. Também reflete sobre a vida eterna, o significado da salvação, a esperança, sobre a relação do Cristianismo para outras religiões, do catolicismo, para outros ramos da humildade cristã e da generosidade do espírito de fé. João Paulo II fala diretamente a todas as pessoas. Sua mensagem: Não temais!

A última obra de Karol Wojtila foi “Memória e Identidade”, de fevereiro de 2005. Mantendo a linguagem coloquial, deteve-se a refletir sobre as principais ideologias do século 20, como comunismo, nazismo e fascismo. O livro surgiu de uma idéia inicial de 1993. Os professores Józef Tischner e Krzysztof Michalski, fundadores do Instituto de Ciências Humanas com sede em Viena, propuseram-lhe que fizesse uma análise crítica, tanto do ponto de vista histórico como filosófico, das duas ditaduras que marcaram o século XX: o nazismo e o comunismo. Retomando as questões do diálogo, desenvolveu a dissertação dando origem a esse livro que responde algumas questões cruciais para o destino da humanidade hoje.

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