Karol Wojtyla foi eleito Papa em 16 de outubro de 1978; ele foi o primeiro polonês a ocupar a Cátedra de Pedro
Jakeline Megda D’Onofrio e Jéssica Marçal
Da Redação
16 de outubro de 1978: uma data marcante para a Igreja, pois, nesse dia, foi eleito o primeiro Papa polonês da história. Cardeal Karol Jozef Wojtyla foi eleito como Bispo de Roma e escolheu como nome de pontificado João Paulo II, sucedendo João Paulo I, que morreu após 33 dias de pontificado.
Wojtyla foi eleito pelo colégio cardinalício, no terceiro dia de Conclave, após oito votações. Além de ser o primeiro Papa não italiano, desde 1522, e o primeiro polonês, ele foi o Papa mais jovem – eleito aos 58 anos – desde 1846. O início solene de seu ministério petrino foi em 22 de outubro de 1978.
Na primeira saudação aos fiéis, João Paulo II disse que os cardeais chamaram o novo Bispo de Roma de um país distante, “mas sempre tão próximo pela comunhão na fé e na tradição cristã”. Ele revelou que teve medo ao receber a nomeação, mas a aceitou em obediência a Deus e com total confiança em Maria.
“Não sei se posso me explicar bem na vossa… nossa língua italiana. Se errar, vós corrigir-me-eis. E assim me apresento a vós todos, para confessar a nossa fé comum, a nossa esperança, a nossa confiança na Mãe de Cristo e da Igreja, e também para começar de novo a percorrer um caminho da história e da Igreja, com a ajuda de Deus e com a ajuda dos homens”, disse o Pontífice.
Relembre, no vídeo abaixo, como foi a primeira saudação de João Paulo II aos fiéis:
Recordações de Dom Beni
O Papa João Paulo II encontrou-se, três vezes, com Dom Benedito Beni dos Santos, Bispo Emérito de Lorena (SP), para quem João Paulo II foi o “Pároco do Mundo”.
“A expectativa era muito grande, porque, após a morte de Paulo VI, veio João Paulo I, cujo pontificado durou apenas um mês, então houve uma espécie de choque da Igreja com a morte de João Paulo I”, revela o bispo emérito.
Após grande expectativa, a eleição de João Paulo II foi uma surpresa para Igreja e para o mundo. Cardeal Karol Wojtyla, vindo da Polônia, da parte oriental da Igreja, um Papa não italiano, o que não acontecia há quatro séculos.
Outro ponto forte com a eleição de Wojtyla foi referente à relação com o comunismo, já que ainda se vivia o ambiente da Guerra Fria e a Polônia, país natal do Santo Padre, vivia um regime comunista. A Igreja sempre se mostrou contrária ao regime por este se caracterizar como materialista, utópico, adverso a Deus e à Igreja, desumano.
“Para o mundo, o nosso carismático polonês, Karol Wojtyla, com sua nacionalidade representou
uma grande novidade, um Papa que veio de um país comunista, onde a Igreja também sofria perseguições, e se pensava qual seria a atitude do Santo Padre diante do comunismo. Em primeiro lugar, o Papa João Paulo II, começou por reivindicar a liberdade religiosa”, comentou Dom Beni.