Conhecido por sua bondade, João XXIII tornou-se beato em 3 de setembro de 2000, após comprovação de um milagre alcançado por sua intercessão
Jakeline Medga D’Onofrio
Da Redação, com arquivo e vatican.va
João XXIII foi proclamado beato pelo Papa João Paulo II no dia 3 de setembro de 2000. A sua celebração litúrgica é em 11 de outubro, data da abertura do Concílio Vaticano II, por ele convocado. O italiano Angelo Giuseppe Rocalli foi beatificado por ter realizado um milagre comprovado pelo Vaticano. O Papa Francisco dispensou a exigência de um segundo milagre comprovado para a canonização de João XXIII.
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O milagre atribuído à intercessão de João XXIII para a sua beatificação foi a cura de irmã Caterina Capitani,em 1966. Da Congregação das Filhas da Caridade, ela estava desenganada pelos médicos após a retirada de um tumor no estômago.
A irmã Caterina Capitani morreu em Nápoles (Itália), em 1º de abril de 2010. Ela tinha 68 anos e tratava com generosidade dos infectados pela Aids. A religiosa foi atingida por um gravíssimo mal: não conseguia mais comer, estava muito magra e, após cerca de seis anos de sofrimento, não havia mais esperança de cura para ela. As sua irmãs de Congregação rezaram intensamente pela intercessão de João XXIII.
Do beato João XXIII também são conhecidas suas virtudes e personalidade. Angelo Giuseppe Rocalli foi o responsável por convocar o Concílio Vaticano II, que modernizou a Igreja, e era conhecido como o “Papa bom”. Teve como lema principal de seu pontificado e também de sua vida a obediência e a paz.
A homilia de JPII
Em 3 de setembro de 2000, o então Papa João Paulo II presidiu o rito de beatificação de cinco Servos de Deus, entre eles João XXIII. O Pontífice recordou a afabilidade do beato, sua bondade da alma. “Do Papa João, permanece na memória de todos a imagem de um rosto sorridente e de dois braços abertos num abraço ao mundo inteiro”.
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João Paulo II também lembrou que o beato trouxe novidades para a Igreja, não em relação à doutrina, mas no modo de expô-la. Tratava-se, segundo o Papa, de um novo estilo de falar e agir, “…era nova a carga de simpatia com que se dirigia às pessoas comuns e aos poderosos da terra. Foi com este espírito que proclamou o Concílio Vaticano II, com o qual iniciou uma nova página na história da Igreja”.
O Pontífice não deixou de recordar que, em seus últimos momentos de vida, João XXIII confiou à Igreja seu testamento, em que reforça que, na vida, o que tem mais valor é Jesus Cristo, sua Igreja, seu Evangelho, a verdade e a bondade.
“Também nós hoje queremos receber este testamento, enquanto damos graças a Deus por no-lo ter dado como Pastor”, concluiu o Santo Padre na ocasião.