Ao longo de sua vida, Padre Jonas Abib foi um homem de fé e testemunhou muitos milagres; veja relatos de pessoas que conviveram com ele

Kelen Galvan
Da redação

Há três anos, o fundador da Canção Nova, Padre Jonas Abib, fazia sua Páscoa, aos 85 anos de vida. O sacerdote, que era grande devoto de Nossa Senhora, faleceu em 12 de dezembro de 2022, dia de Nossa Senhora de Guadalupe.

Este ano, sua memória acontece em meio ao Acampamento Hosana Brasil, que tem como tema “Quem espera no Senhor, celebra a vitória” (Is 40, 31). Uma verdade que foi experimentada na vida de Padre Jonas.

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“Padre Jonas sempre tinha fé e esperança. E a esperança do Padre está em Hebreus 11,1: ‘a fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê’. Uma fé incondicional”, afirma o missionário da Canção Nova, Diácono Nelsinho Corrêa, que conviveu com o sacerdote por 47 anos.

Eles se conheceram ainda jovens, ele com 15 anos de idade e Padre Jonas com apenas 10 anos de sacerdócio. Na época, o padre realizava encontros com os jovens, chamados Maranathá, e a Canção Nova nem existia ainda.

Diácono Nelsinho lembra que muitos diziam que o Padre Jonas era visionário, por enxergar as coisas muito antes, mas ele não gostava de ser chamado assim. “Ele dizia o contrário, que ele era um homem que via a realidade do céu. Então ele vivia da fé. E foi assim em muitas situações”.

Margleis Gomes, missionária da Canção Nova, conviveu de perto com Padre Jonas Abib por 18 anos, na função de sua secretária pessoal. Segundo ela, o que mantinha o padre ‘firme em Deus’ era sua ‘vida de oração’..

“Eu sempre digo, Padre Jonas não era um homem de revoltas, ele era um homem de oração. E, dessa forma, ele contemplava muitas vitórias de Deus na sua vida, na vida dos outros e também na obra que Deus lhe confiou (…) Padre Jonas sempre buscou ter intimidade com Jesus, esse era o seu segredo: estar sempre aos pés de Jesus ”, afirma.

Um homem de fé

Entre tantos fatos vividos pelo sacerdote que mostravam sua confiança em Deus, Margleis lembra da primeira enfermidade que ele teve, por volta do ano de 2009, quando devido a um grande desgaste físico e emocional ele precisou parar de pregar e passou um longo tempo em tratamento. “Eu o acompanhei de perto, ele nunca perdeu a esperança, principalmente de voltar a pregar, a escrever e a viajar para evangelizar”.

Margleis conta que muitos não acreditavam e quando perguntavam a ela sobre isso, respondia que o padre a ensinou a acreditar no impossível. “ A fé dele era transbordante. Nós fomos testemunhas da volta [pública] dele. E foi em um Hosana Brasil, em 2013, que ele pregou e testemunhou a vitória de Deus sobre sua vida”, afirma.

Diácono Nelsinho Corrêa afirma que padre Jonas demonstrou sua fé de muitas formas, e destaca alguns fatos. “Os desafios de começar a Comunidade Canção Nova. Em 1977, falar para os jovens: ‘quem estava disposto a dar um ano de sua vida para Deus e deixar tudo para evangelizar’, sem ter um ‘tostão’ no bolso. Foi fé. Também a construção da Casa de Maria, em Queluz (SP), foi pela fé. Em 1980, começar a evangelizar pela Rádio, foi fé. Falar em Sistema Canção Nova, quando só existia uma Rádio. Foi fé. Começar a televisão, mandar instalar toda a aparelhagem, colocar as televisões que tínhamos como retorno, convidar o bispo e todo o clero da Diocese para a Missa inaugural da TV, sem ter recebido ainda a autorização de Brasília, e 15 minutos antes da Missa ele recebeu a ligação informando que tinham recebido essa autorização e entraram no ar. Também como ele enfrentava as dívidas e as dificuldades”, lembra.

Exemplo de fé

O diácono afirma que Padre Jonas via o invisível em muitas situações dificílimas. Ele recorda de um acidente grave ocorrido com um jovem, chamado Murilo. Ele teve traumatismo e múltiplas fraturas, ficou em coma por vários dias, e os médicos chegaram a afirmar que ele estava com morte cerebral. Mas padre Jonas falava “eu tenho uma fé de que ele não vai morrer”. E ele se recuperou e hoje, Padre Murilo Pereira já tem 31 anos de sacerdócio. Em 2019, ele celebrou seu jubileu de 25 anos de padre na Canção Nova.

Mais recentemente, com o Padre Willian Guimarães, que em 2016, ainda seminarista sofreu um grave acidente, teve muitas fraturas no corpo. As piores foram na costela, que causaram a perfuração dos pulmões e ele estava em estado gravíssimo. Uma semana após o acidente, ele teve uma infecção generalizada e foi totalmente desenganado pelos médicos. Padre Jonas motivou todos, pela televisão, a rezarem pelo seminarista pedindo a Deus que lhe devolvesse a saúde. O seminarista se recuperou e teve alta após um mês e meio de internação. Ele foi ordenado sacerdote no dia 12/12/2021 no Santuário do Pai das Misericórdias, em Cachoeira Paulista (SP). 

O diácono conta ainda que padre Jonas chegou a rezar “pedindo a Deus que o levasse no lugar do Padre Willian, e Deus deixou os dois”. “Em tantas situações, a confiança do padre, em meio a todas as provações que ele passou, os sofrimentos, perseguições, estava na fé e na fé de Hebreus 11. Ele via o invisível. O fundamento da esperança do padre sempre foi a fé”, afirma.

Padre Jonas foi semente

Diácono Nelsinho Corrêa afirma que “Padre Jonas Abib não foi sepultado, ele foi semeado. Ele foi plantado e brota o seu legado de fé em Deus”.

Ele destaca ainda o amor de Padre Jonas à Palavra de Deus e à Eucaristia. “Ele foi o homem que mais colocou a Bíblia na mão das pessoas, mais ensinou as pessoas a ler a Bíblia. Ele ensinou as pessoas a ter amor à Eucaristia, amor pela Missa, pela confissão, a ter amor e respeito por Deus”, cita.

Outros ensinamentos de Padre Jonas eram sobre a Parusia e o Céu. “Ele falava muito sobre a volta de Jesus e falava do Céu de uma maneira que nos dava vontade de ir para lá. A maneira como ele falava tocava o coração para uma conversão, não por medo de Deus”.

Diácono Nelsinho também destaca o amor incondicional do padre pela Igreja. Ele conta que padre Jonas foi muito incompreendido, e algumas vezes até perseguido, mas nunca falou mal de ninguém. “Sempre com fé e amor. Ele é uma semente. Isso não é idolatria não, mas é preciso reconhecer a verdade. Nesses quase 50 anos que eu conheci o Padre Jonas posso dizer que ele transbordava amor”, enfatiza.

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