Prisão preventiva aconteceu hoje; PF investiga o uso de informações privilegiadas para obter lucros no mercado financeiro
Da redação, com Agência Brasil
A Polícia Federal (PF) prendeu na manhã desta quarta-feira, 13, em São Paulo, o empresário e presidente-executivo da JBS, Wesley Batista, acusado de utilizar informações privilegiadas para obter lucros no mercado financeiro por conta dos acordos de delação premiada que firmara.
Foram cumpridos também dois mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva de Joesley Batista, irmão de Wesley, detido desde domingo, 10, por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin.
A PF investiga o uso indevido de informações privilegiadas em transações no mercado financeiro entre 24 de abril e 17 de maio deste ano. Neste período, foram divulgadas informações relacionadas ao acordo de colaboração premiada firmado pela J&F com a Procuradoria-Geral da República.
Entenda o caso
A investigação realizada pela PF apura ordens de venda de ações de emissão da JBS S/A na Bolsa de Valores pela empresa controladora, a FB Participações S/A, e a compra dessas ações em mercado por parte da JBS. O mercado era manipulado por meio destas irregularidades. Assim, os acionistas absorviam uma parte do prejuízo gerado pela baixa das ações.
Outro indício de que havia manipulação do mercado foi a intensa compra de contratos de derivativos de dólares pela JBS S/A, em desacordo com a movimentação usual da empresa, que se favoreceu com a alta da moeda norte-americana após o dia 17.
Diante de todos estas suspeitas, os Irmãos Batista poderão responder por crime de uso de informação relevante, ainda não divulgada ao mercado, para propiciar vantagem indevida com valores mobiliários. As penas variam de um a cinco anos de prisão e multa de até três vezes o valor da vantagem ilícita obtida.
Em nota, os advogados de defesa dos Irmãos Batista afirmaram que a prisão de ambos é “injusta”. “Sobre a prisão dos irmãos Batista, no inquérito de insider information, é injusta, absurda e lamentável a prisão preventiva de alguém que sempre esteve à disposição da Justiça, prestou depoimentos e apresentou todos os documentos requeridos. O Estado brasileiro usa de todos os meios para promover uma vingança contra aqueles que colaboraram com a Justiça”.