Energia mais cara

Uso de usinas termelétricas pode aumentar neste ano, diz ONS

Apesar de não haver risco de desabastecimento de energia no país, em 2017, o aumento no uso de usinas termelétricas pode encarecer ainda mais a conta de luz do consumidor

André Cunha
Da redação, com colaboração de Kelen Galvan

Com a chegada do outono e com ele, o tempo seco em boa parte do país, chega também a preocupação com os níveis dos reservatórios responsáveis pelo funcionamento das usinas de abastecimento energético.

O alerta ficou mais evidente quando o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em medida preventiva, recomendou que as usinas termelétricas fossem acionadas a partir de março passado.

Estas usinas são um conjunto de obras e equipamentos cuja finalidade é a geração de energia elétrica, através de um processo que consiste em três etapas:

  • Nas usinas termelétricas convencionais, a primeira etapa consiste na queima de um combustível fóssil, como carvão, óleo ou gás, transformando a água em vapor com o calor gerado na caldeira.

  • A segunda consiste na utilização deste vapor, em alta pressão, para girar a turbina, que por sua vez, aciona o gerador elétrico.

  • Na terceira etapa, o vapor é condensado, transferindo o resíduo de sua energia térmica para um circuito independente de refrigeração, retornando a água à caldeira, completando o ciclo.

De acordo com o ONS, atualmente o uso de energia térmica soma 22.000 MW entre usinas de combustível nuclear, gás/GNL, carvão e óleo / diesel.  São 20% correspondentes à geração termelétrica, que é “necessária e importante para dar confiabilidade ao sistema e também garantir o abastecimento de energia”, segundo o órgão.

Sobre o restante do fornecimento energético, o ONS informou que cerca de 81% do que foi gerado para atender a demanda por energia no país veio de fontes limpas – 75,8% de hidrelétricas e 5,5% de eólicas.

Níveis dos reservatórios

Os níveis dos principais reservatórios do país estão com a seguinte situação, até o dia 4 de abril de 2017: 

REGIÃO SUDESTE / CENTRO-OESTE: 41,55%

REGIÃO SUL: 42,79%

REGIÃO SUL:  42,79%

REGIÃO NORDESTE: 21,87%

REGIÃO NORTE: 64,7%

Os dados são do Operador Nacional do Sistema Elétrico.

Com a queda no nível dos reservatórios, o reflexo imediato no setor de energia elétrica está no aumento (uso) de usinas termelétricas, com custo mais caro para o consumidor. Mas, segundo o ONS, não há risco de desabastecimento de energia.  

“O problema que o setor elétrico enfrenta hoje não é de falta de energia, mas sim de custo da energia. O parque gerador que temos instalado no país é suficiente para garantir o abastecimento”, afirma o ONS por meio da assessoria de imprensa.

O acionamento de mais usinas termelétricas depende das condições hidrológicas, ou seja, do volume de chuva dos próximos meses. “Mas é possível que esse despacho aumente”, afirma o órgão, o que pode encarecer ainda mais a conta de luz do consumidor.

Outras fontes de energia

O governo brasileiro tem investido em projetos para utilização de novas fontes de energia sustentável. Segundo o ONS, o melhor exemplo disso é a fonte eólica, que em dezembro de 2016 tinha em operação 9.754 MW, representando 6,8% da matriz elétrica. Sua participação deve aumentar para 16.589 MW em 2021, o que corresponderá a 9,9% da matriz elétrica.

A fonte solar também já teve os primeiros projetos contratados em leilão. Atualmente, só 18 MW estão em operação, mas em 2021 a perspectiva é que esse número passe para 2.606 MW.

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