Legado

Tríduo da Pastoral da Criança recorda 10 anos da morte de Zilda Arns

Coordenador internacional do organismo e filho de Zilda Arns, Nelson Arns afirma que obras da mãe seguem vivas em cada agente da Pastoral da Criança

Julia Beck
Da redação

Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança e da Pastoral do Idoso, em 2010, antes de sua morte/ Foto: Cesar Ferrari – Reuters

No dia 12 de janeiro de 2010 os brasileiros receberam com pesar a notícia da morte de Zilda Arns Neumann. Dez anos depois, a médica pediatra e sanitarista será recordada pela Pastoral da Criança – organismo fundado por Zilda – em um Tríduo que começa nesta sexta-feira, 10. A médica morreu em missão, vítima do terremoto que assolou o Haiti, em 2010. Além da Pastoral da Criança, a sanitarista fundou também a Pastoral do Idoso.

“Zilda Arns Neumann viveu para defender aqueles que mais precisam, para construir uma sociedade mais justa e promover a solidariedade, fraternidade, buscar diminuir doenças e prevenir tudo o que pudesse ser prevenido, principalmente em crianças e idosos. Ela sempre aliou o conhecimento científico com o conhecimento popular, e tornou acessível todo esse conhecimento científico para milhares de pessoas de todas as regiões do Brasil e, hoje, para mais 9 países atendidos pela Pastoral da Criança”. A afirmação é do médico, coordenador internacional da Pastoral da Criança, doutor em Saúde Pública e filho de Zilda, Nelson Arns Neumann.

“Zilda Arns Neumann viveu para defender aqueles que mais precisam, para construir uma sociedade mais justa e promover a solidariedade”

Nelson Arns

Segundo Nelson, o legado deixado por sua mãe é a missão da Pastoral da Criança de levar vida em abundância para todas as crianças. O médico conta que o Tríduo foi um convite a todos os líderes, voluntários e participantes da pastoral de todo o Brasil para viverem um momento de oração pelo organismo, além de recordarem sua fundadora.

Durante os três dias, na sede da Pastoral, em Curitiba (PR), serão realizadas celebrações eucarísticas, acolhidas com cantos e animações, visitas às exposições do Museu da Vida, apresentação de teatro da peça Zilda Arns – A dona dos lírios – , além de pregações e do encerramento da “Campanha Pequenos Reis Magos”, que angaria recursos para as crianças em situação de vulnerabilidade de países subdesenvolvidos.

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Balanço da década

Muitos foram os desafios, mas também muitas foram as conquistas nestes 10 anos após a morte de Zilda Arns, recorda Nelson. “Nossas crianças estão protegidas contra a desinformação e sendo devidamente vacinadas e acompanhadas, nossas mães e gestantes sabem de seus direitos e deveres, a Campanha Pequenos Reis Magos tem arrecadado cada vez mais recursos para a Pastoral da Criança Internacional e, nossa última novidade, é o Aplicativo Visita Domiciliar, que facilita muito o trabalho de nossas líderes nas visitas domiciliares”, contou o coordenador internacional da Pastoral da Criança.

Além destes avanços, acontece nesta década o lançamento do “AppVisita”, um aplicativo que auxiliará no combate à obesidade infantil, a partir de um acompanhamento mais individualizado das crianças por meio de mais de 700 cartelas de orientação que podem ser compartilhadas com os pais. “A Pastoral da Criança busca levar vida em abundância para todas as crianças. Vivemos num país com muitas desigualdades e diversidades, e a união do conhecimento científico com o conhecimento popular ajuda nossos líderes e voluntários a orientar famílias”, completou.

“A missão não para e deve ser celebrada”, afirma Nelson. Para o coordenador internacional da pastoral, o Tríduo será um momento dos membros recordarem as conquistas do organismo e de toda a sua caminhada, tirando um momento para homenagear sua fundadora, sua vida, obra e ações que seguem vivas em cada agente da Pastoral da Criança. “O Tríduo será um momento de muitas bençãos, alegria, celebrações, animações, amizades e encontros, pois vamos receber nossos irmãos e juntos agradecer por toda nossa caminhada, para que nossa missão seja ainda mais fortalecida”, concluiu.

Em  janeiro de 2015, cinco anos após a morte de Zilda Arns, mais de 40 mil pessoas se reuniram em Curitiba para homenagear a médica. Na ocasião, foi entregue a moção que solicitava a abertura do seu processo de beatificação, tendo mais de 130 mil assinaturas. 

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