ABALOS

Tremores de terra assustam moradores de Minas Gerais

Moradores da Região Metropolitana de Belo Horizonte relataram tremores de terra nesta semana. A movimentação revelou uma curiosidade: há risco de um terremoto de grandes proporções no Brasil?

Reportagem de Vanessa Anicio e Daniel Camargo

Já era tarde quando moradores de contagem de outras cidades da região metropolitana e de Belo Horizonte sentiram dois tremores, um à noite e outro na madrugada. Câmeras de segurança registraram um momento de susto.

“Eu havia acabado de deitar aí naquele momento a parede balançou, o chão tremeu, as cachorras começaram a latir e eu fiquei apavorada porque eu achei que era algo relacionado à estrutura do prédio”, relembrou a consultora de investimentos, Carla Prata.

A ocorrência de tremores em Minas Gerais é antiga. Só nos últimos 5 anos, foram mais de 20 registros no estado. Apesar do Brasil estar no centro de uma placa tectônica, uma região geologicamente mais estável, abalos sísmicos de pequeno porte podem acontecer.

Paulo Aranha, professor de geofísica na Universidade Federal de Minas Gerais, explica porque fenômenos de maior intensidade são raros no país. “Os sismos grandes, em geral ocorrem ao lado nos contatos das placas por causa do stress e da força que atua nesse sistema. Como estão no meio da placa, é muito difícil ocorrer um sismo muito grande”, explicou o professor do Departamento de Geociências da UFMG, Paulo Roberto Aranha.

Os abalos sísmicos ocorrem em sua maioria com o movimento das placas tectônicas, mas também podem ter outras causas, como explica o professor. “Nós temos três tipos de sismos induzidos por barragem, por mineração e por bombeamento de água. Também você muda o estado de tensão e aí pode ocasionar pequenos abalos. Em geral, a população não vai sentir”.

Com poucas estações, o monitoramento no país ainda é limitado. A UFMG estuda ampliar a parceria com o Observatório Sismológico Nacional e criar um centro em Minas, o que deve melhorar o registro e aprofundar os estudos sobre o fenômeno no país.
“Nós estamos começando um projeto junto com a SIS da UnB para a gente participar também desse da instalação dessas estações aqui na região por causa dos sismos que ocorreram em Sete Lagoas, que foram muitos”, concluiu o professor.

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