Polícia Federal apresentou inquérito com indícios de práticas criminosas praticadas pelo presidente da República e líderes do PMDB
Da redação, com Agência Brasil
A Polícia Federal (PF) apresentou nesta segunda-feira, 12, um inquérito com indícios de práticas criminosas que foram realizadas pelo presidente Michel Temer e integrantes do conhecido “grupo do PMDB da Câmara”, segundo nota divulgada pela PF.
As investigações da PF apontam que o mencionado grupo seria composto pelos ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e da Secretaria de Governo, Moreira Franco, além dos ex-ministros Geddel Vieira Lima e Henrique Eduardo Alves, e do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, atualmente preso.
Ainda de acordo com o relatório da PF, o PMDB mantinha “estrutura organizacional com o objetivo de obter, direta e indiretamente, vantagens indevidas em órgãos da administração pública direta e indireta”. O inquérito aponta ainda que o grupo praticou os crimes de corrupção ativa, passiva, lavagem de dinheiro, fraude em licitação e evasão de divisas. Todas essas acusações serão encaminhadas ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Outro lado
A Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República publicou uma nota em defesa do presidente. A nota diz que Temer “não participou e nem participa de nenhuma quadrilha”.
“O presidente tampouco fez parte de qualquer estrutura com o objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagens indevidas em órgãos da administração pública. O presidente Temer lamenta que insinuações descabidas, com intuito de tentar denegrir a honra e a imagem pública, sejam vazadas à imprensa antes da devida apreciação pela Justiça”, diz a nota.
Já o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, por meio de sua assessoria de imprensa, disse que só se pronunciará “quando e se houver acusação formal contra ele que mereça resposta”.
Moreira Franco, outro ministro acusado, também em comunicado enviado por sua assessoria de imprensa, negou veementemente todas as acusações. “Repudio a suspeita. Responderei de forma conclusiva quando tiver acesso ao relatório do inquérito. Lamento que tenha que falar sobre o que ainda não conheço. Isto não é democrático”, diz a nota.
Henrique Eduardo Alves divulgou nota em que diz que faz parte do PMDB há mais de 40 anos e não de uma organização criminosa. “A tentativa de criminalizar a atividade política enfraquece a democracia e a sua inocência será provada ao longo do processo”, disse.
Por fim, as defesas de Geddel e Cunha não se pronunciaram até o momento.
Acusados e presos
As investigações da Operação Lava Jato já levaram à cadeia Eduardo Cunha, Henrique Eduardo Alves, Geddel Vieira Lima. Cunha está preso em Curitiba, por ordem do juiz Sérgio Moro, desde 19 de outubro de 2016. Em março de 2017 foi condenado a 15 anos e quatro meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas e, em 18 de maio de 2017, e já teve novo mandado de prisão expedido pela Justiça.
Preso de forma preventiva desde o dia 6 de junho está também o ex-ministro Eduardo Alves. A prisão aconteceu durante a Operação Manus, deflagrada pela PF e que investigava corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro na construção da Arena das Dunas, em Natal.
Por fim, o ex-ministro Geddel Vieira Lima voltou a ser preso, na última sexta-feira, 8, em Salvador, três dias após a Polícia Federal encontrar mais de R$ 51 milhões, atribuídos a ele, em um apartamento num bairro nobre baiano. Anteriormente, ele havia sido preso preventivamente no dia 3 de julho, na Operação Greenfield, que investiga desvio de fundos de pensão.