Órgão garante ainda que, entre os homens, a redução do consumo de tabaco foi de 19,5% e entre as mulheres, 12,6%
Thiago Coutinho
Da redação
Instituído pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde, o dia 31 de maio celebra o Dia Mundial Sem Tabaco, que neste ano terá como tema “Tabaco e Doença Cardíaca”. Tida como uma droga lícita, a inserção do tabaco na sociedade durou décadas. Os órgãos mundiais de saúde, porém, deram-se conta do quão prejudicial o tabaco pode ser e passaram a investir de forma mais pesada em campanhas para prevenção do fumo.
O Ministério da Saúde garante que as ações realizadas atualmente já reduziram em 35% a prevalência de fumantes no país nos últimos dez anos. De acordo com a pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico, (Vigitel) realizada pelo Ministério da Saúde em todas as capitais do país, entre os homens a redução foi de 19,5%, em 2006, para 12,7%, em 2016 e, entre as mulheres, houve uma redução para 8%.
Outra maneira de atacar o consumo exagerado de tabaco, prática adotada em outros países, inclusive, é aumentar os impostos da indústria tabagista. Segundo a assessoria de comunicação do Ministério da Saúde, diversas atividades neste sentido já foram adotadas no país.
O Brasil ratificou, em 2005, a Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, tratado internacional de saúde pública da OMS, que tem como objetivo reduzir o consumo de derivados de tabaco. Uma das medidas preconizadas no tratado é o aumento de preços e impostos sobre os produtos de tabaco, associado a medidas para eliminar o mercado ilegal desses produtos.
Ainda há a política de preços mínimos, que está diretamente ligada à redução do consumo do cigarro em todas as faixas etárias. Considerando que a experimentação de cigarro entre os jovens é alta e que cerca de 80% dos fumantes iniciam o hábito antes dos 18 anos, o preço é um inibidor, explicou o Ministério da Saúde.
Publicidade alta
A indústria tabagista sempre investiu alto em sua publicidade. Fosse no cinema ou na tevê, os empresários do ramo, ao longo das décadas, inseriram no imaginário do público que fumar era elegante, sedutor e glamoroso. Mas, segundo o Ministério da Saúde, a lei 10.167/2000 proíbe em todo o país a propaganda comercial, em qualquer meio de comunicação, de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou qualquer outro produto fumígeno, derivado ou não do tabaco, sendo permitida apenas a exposição dos produtos nos locais de venda.
“Outra ação importante foi a legislação antifumo que proibiu o consumo de derivados do tabaco, em locais de uso coletivo, públicos ou privados ― mesmo que o ambiente esteja só parcialmente fechado por uma parede, divisória, teto ou até toldo. O Ministério, em conjunto com a Anvisa, conseguiu, também, adicionar advertências sanitárias nas embalagens dos cigarros”, informou o órgão.
Como largar o fumo
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito para quem quer largar o vício no tabaco (veja quadro abaixo). Os centros e postos de saúde que oferecem este tratamento variam de município para município.
São disponibilizados gratuitamente medicamentos como adesivos, pastilhas, gomas de mascar (terapia de reposição de nicotina) e bupropiona. Outras informações a respeito podem ser obtidas por meio da Coordenação de Controle do Tabagismo na Secretaria Estadual de Saúde ou pelo Disque Saúde 136.