O rompimento afetou o abastecimento de água de parte da população em São José dos Campos (SP)
Da redação, com CETESB e Prefeitura de São José dos Campos
Na manhã dessa sexta-feira, 5, o talude da lagoa da mineração Meia Lua 1, em Jacareí (SP), se rompeu, ocasionando lançamento de águas residuárias de beneficiamento de areia para o rio Paraíba do Sul.
O rompimento afetou o abastecimento de água de parte da população em São José dos Campos (SP) neste sábado, 6, atingindo todas as regiões da cidade. Não há previsão para restabelecimento do serviço.
Segundo a Prefeitura de São José dos Campos, o Paraíba que abastece a maior parte da cidade está com a turbidez acima do aceitável. A orientação é de que os moradores economizem água. Ainda segundo a prefeitura, caminhões-pipa serão deslocados para atender locais prioritários, como hospitais.
Até o momento, não se estima a quantidade de resíduo vazada. O lançamento provocou a alteração da qualidade das águas do Paraíba do Sul, constatada visualmente, além da alteração dos parâmetros de turbidez. Também não se constatou mortandade de peixes.
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) disse que continua acompanhando o trabalho de concerto do talude que se rompeu. Foi feita a coleta de água e enviada para análise no laboratório de Taubaté.
O acidente
O acidente aconteceu numa cava de areia da mineradora Rolando Comércio de Areia Ltda. A empresa encontrava-se com suas atividades de extração e beneficiamento de areia em operação, numa cava próxima ao rio Paraíba do Sul, no bairro Meia Lua, em Jacareí. Ela lançava as águas residuárias, provenientes do beneficiamento, na lagoa da mineração Meia Lua 1, que por sua vez encontrava-se com suas atividades paralisadas.
Com o lançamento, houve não só alteração da qualidade da água da lagoa, com aumento de turbidez, o que acabou por provocar o rompimento do talude, instalado entre a lagoa e o rio.
A CETESB afirma que ambas as mineradoras têm licença ambiental de operação. A Meia Lua 1 está em processo de renovação da licença e, por isso, está com suas atividades paralisadas. No entanto, segundo o site da CETESB, as empresas não têm autorização para o lançamento das águas residuárias da Rolando Comércio de Areia Ltda. para a lagoa da Meia Lua 1, o que deve acarretar ações de penalização cabíveis por parte da CETESB, a ser definida a partir da próxima quarta-feira, 10.