O presidente do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), Gabriel Jorge Ferreira, afirmou hoje, 10, que o empréstimo concedido ao Grupo Silvio Santos evitou a liquidação do Banco PanAmericano ou a intervenção do Banco Central. Segundo ele, ao aportar R$ 2,5 bilhões na instituição financeira, o FGC reparou problemas contábeis do banco e resguardou a economia nacional do que ele chamou de “efeitos perversos” de uma intervenção ou liquidação extrajudicial.
“É muito importante relembrarmos o efeito perverso que a decretação de intervenção e a liquidação têm. Esse processo tem um componente muito cruel. Gera incerteza no mercado, gera insegurança.” Como essa insegurança poderia afetar outros bancos, o FGC resolveu socorrer o PanAmericano.
O fundo, criado em 1995 pelas próprias instituições financeiras para cobrir os depósitos dos correntistas nos casos de falência, decidiu aportar parte do patrimônio de R$ 28 bilhões no empréstimo, cuja garantia são as 44 empresas do Grupo Silvio Santos.
Ferreira explicou que essa é a primeira vez que o FGC faz uma operação para reparar o equilíbrio contábil de um banco. Segundo ele, o empréstimo é, na verdade, a antecipação de um compromisso que o FGC teria de cumprir caso o banco quebrasse.
“Se a instituição financeira tivesse sido liquidada ou submetida ao regime de intervenção, o fundo estaria obrigado a comparecer com a sua garantia cobrindo os depositantes. A experiência mostra que a possibilidade de o FGC recuperar as garantias é praticamente zero”, disse Ferreira. “Nessa operação [de empréstimo], o fundo é credor, e um credor com garantia de bens empresariais.”
O presidente do FGC afirmou que o Grupo Silvio Santos tem três anos de carência para começar a pagar o empréstimo e dez anos para quitá-lo. Nesse período, ele espera que o PanAmericano se recupere e que as empresas dadas como garantia tenham lucro suficiente para arcar com o pagamento da dívida.
Caso isso não ocorra, algumas companhias podem ser vendidas para quitar o empréstimo. O próprio PanAmericano é uma delas. Outras empresas, como a emissora de televisão SBT, também poderão ser negociadas para que o empréstimo seja honrado.
Ferreira disse ainda que a Caixa Econômica Federal, que comprou parte do PanAmericano em 2009, não terá de garantir o pagamento do empréstimo. Segundo ele, o banco estatal é acionista minoritário do PanAmericano, não responde pela gestão e, portanto, não tem obrigação de pagar pelo desequilíbrio contábil da empresa socorrida.
Com as mudanças promovidas na diretoria do PanAmericano, porém, a Caixa terá mais peso na administração da instituição financeira. Para Ferreira, isso é positivo, pois dará credibilidade ao PanAmericano para que se recupere.
Siga o Canção Nova Notícias no twitter.com/cnnoticias
Conteúdo acessível também pelo iPhone – iphone.cancaonova.com