Apesar de raro, câncer infantil é diagnosticado em 300 mil crianças e adolescentes anualmente, segundo instituto internacional
Julia Beck, com colaboração de André Cunha e Thiago Coutinho
Da redação
“É um diagnóstico devastador, sempre ficamos em desespero, (…) mas tem tratamento e tem cura, vale a pena tentar”. A frase é do oncologista pediátrico Marcelo Milone, do Grupo de Assistência à Criança com Câncer (GAAC), que nesta quinta-feira, 15, dia internacional dedicado à luta contra o câncer na infância, frisou a importância da esperança diante do diagnóstico da doença.
Dados do instituto internacional do câncer infantil, Childhood Cancer International (CCI) apontam para uma média de 300 mil crianças e adolescentes com menos de 20 anos, diagnosticas anualmente. De acordo com o instituto, deste número, 215 mil são crianças entre 0 e 14 anos, e 85 mil são adolescentes de 15 a 19 anos.
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Apesar do alto número de diagnósticos anuais, Milone afirmou que o câncer infantil é raro quando comparado ao número total de crianças e adolescentes no mundo e usou como exemplo os diagnósticos realizados em crianças do interior de São Paulo. “Aqui na nossa região, você encontra em torno de 120 novos casos por ano em uma população de quase 1 milhão de pessoas com faixa etária abaixo de 20 anos, então se você pensar é uma incidência muito baixa”, frisou o oncologista.
Segundo Milone, o câncer infantil não pode ser prevenido e vem mascarado em doenças extremamente comuns. “Os pais devem prestar atenção quando a evolução não está boa, mas quem tem que perceber que não é um quadro comum, e sim algo mais complicado, eventualmente um câncer, é o pediatra. Ele que tem que ter noção que apesar de rara, é uma doença que pode aparecer”, alertou o oncologista, que aproveitou para lembrar que o câncer diagnosticado em adultos difere do câncer infantil.
Para o oncologista pediátrico, é papel dos médicos oferecer aos pacientes infantis tudo o que precisam, além de dar suporte para que a família saiba que vale a pena tentar a cura. “O câncer é uma doença extremamente cara e que exige suporte e estrutura”, afirmou Melone, que acredita que só com a união do poder público e da sociedade, poderá ser suprida a dificuldade de medicamentos e custeio do tratamento da doença.