Assessor nacional da Comissão para a Vida e a Família da CNBB enfatiza necessidade de resgatar a família como célula vital da sociedade
Thiago Coutinho
Da redação
Entre 12 e 18 de agosto, a Igreja no Brasil celebrará a Semana Nacional da Família. O evento é organizado pela Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF).
O tema deste evento, bem como o subsídio Hora da Família, é “O Evangelho da Família, alegria para o mundo”, o mesmo adotado pelo IX Encontro Mundial das Famílias, que será realizado de 21 a 26 de agosto, na capital da Irlanda, Dublin.
“Nosso objetivo é ajudar as famílias a pensar cada vez mais na sua importância, fazer com que possam resgatar na sociedade a família como célula vital”, explica o padre Jorge Alves Filho, Assessor Nacional da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB.
Todas as atividades que serão realizadas nas paróquias, dioceses e demais comunidades vão girar em torno do tema proposto tanto pela Semana da Família quanto pelo Encontro Mundial na Irlanda. “Haverá muita adoração e celebração da palavra, mas existem dioceses que farão outras coisas, como caminhadas, são várias propostas. A cada ano, surge muita criatividade para este evento da família”, explica o padre Jorge.
“É uma semana muito importante para nossa Pastoral Familiar, é uma semana muito forte em que fazemos mais celebrações para que as famílias possam participar”, acrescenta Carlos Santos, coordenador da Pastoral Familiar do setor Lorena, da diocese de Lorena (SP).
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Segundo Santos, a fim de reforçar toda a ideia por trás da Semana da Família, a pastoral e seus integrantes costumam visitar as casas e rezar o terço junto com essas pessoas. “Além disto, fazemos momentos de encontro propostos por nosso subsídio Hora da Família, que é muito bom e tem grandes temas. Assim, preparamos o ambiente nas casas com velas, fotos e temas específicos que serão tratados em cada encontro”, explica.
A ideia do subsídio, que é preparado no início do ano, é fazer com que os fiéis e as comunidades falem a mesma língua. “Em agosto, todos vão falar a mesma linguagem, com a ideia de vivenciar nas paróquias, dioceses e regionais a experiência do Evangelho das famílias, de sustentar esta cultura que precisa ser resgatada”, diz.
Além destes encontros, Santos sugere às famílias que façam trabalhos sociais, que ajudem aos mais necessitados, como visitas a asilos e casas de recuperação de dependentes químicos.
O modelo da Sagrada Família
Para a Igreja, o conceito de família é claro, como reitera padre Jorge, e tem como referência a Sagrada Família. “Este modelo deve ser para nós a luz que ilumina a vivência familiar”, afirma o padre. “Queremos destacar a figura da mãe que está sempre presente com o filho, que dá carinho, a figura do pai que ensina os valores morais e éticos, a figura dos filhos que aprendem dentro do lar a serem cidadãos”, reitera o padre Jorge.
O amor que deve ser posto em prática em cada lar é um conceito que a Semana Nacional da Família quer levar aos fiéis nas próximas semanas. “Os avós, os tios, os primos todos estão inseridos neste contexto familiar. É bom esclarecer que nós, enquanto cristãos, não podemos nos deixar levar pelas ideologias do mundo”, adverte. “A sagrada família de Nazaré é a família em que nos inspiramos para nossa vida”, reitera.
“Precisamos, juntos, enquanto Pastoral Familiar, ajudarmos as famílias a se estruturarem, a encontrarem o Cristo que vai amá-las e ajudá-las a superar as dificuldades. Por isto esta é uma semana forte”, pondera Santos.
Amoris laetetia
Em sua exortação apostólica Amoris Laetitia, o Papa Francisco fala justamente sobre o amor na família, um assunto que precisa cada vez mais ser estabelecido, recorda padre Jorge. “É preciso aprender a amar. E por isso o Papa fala sobre o amor vivido na família em Amoris Laetitia, precisamos resgatar a alegria da vivência do amor na família”.
Todos esses encontros, e mesmo esta Semana Nacional destinada às famílias, são essenciais para resgatar este amor dentro da família. “Não queremos dizer que não haja fragilidade, mas sim entender que dentro da fragilidade é possível crescer e estar cada vez mais unido àquilo que Jesus Cristo veio dizer a nós: o amor e a fraternidade. E a família é chamada para reafirmar esta vivência do Evangelho”, finaliza.