Papa Francisco comemora 52 anos de ordenação sacerdotal nesta segunda-feira, 13
Denise Claro
Da redação
Nesta segunda-feira, 13, o Papa Francisco comemora 52 anos de ordenação sacerdotal. Jorge Mario Bergoglio foi ordenado sacerdote, em 13 de dezembro de 1969, aos 32 anos de idade. O então arcebispo de Córdoba, Dom Ramon José Castellano, presidiu a celebração.
Onze anos antes, Bergoglio iniciava o noviciado jesuíta na cidade de Córdoba, na Argentina. Dentre os tantos carismas presentes na Igreja, o jovem Bergoglio ingressou na Companhia de Jesus.
“Entrei na Companhia de Jesus atraído por sua condição de vanguarda na Igreja desenvolvida com obediência e disciplina e por estar orientada ao labor missionário”, afirmou, certa vez, o Pontífice.
Padre Carlos Alberto Contieri é jesuíta e comenta que a Companhia de Jesus viveu com surpresa a eleição de Bergoglio como Papa.
“Assim como foi surpreendido o mundo inteiro pela eleição de um primeiro Papa Jesuíta na História da Igreja. É verdade também que atualmente nós participamos da gratidão de muitos pelo ministério petrino do Papa Francisco, pois ele tem aberto muitas janelas na Igreja, que arejam a vida da Igreja, fazem com que o sopro do Espírito circule entre nós. Gratidão também porque é fiel ao espírito do Concílio Vaticano II, o Papa Francisco tem permitido abrir-se para o mundo e para as questões mais graves da nossa humanidade, fazendo a Igreja servidora não só dos católicos, mas servidora da humanidade.”
Caminho Vocacional
Após pronunciar os primeiros votos, Bergoglio seguiu para a etapa do juniorato, no Chile. Após os estudos de humanidades, retornou à Argentina para conseguir a graduação em Filosofia na Universidade Católica. A etapa do magistério foi realizada entre os anos de 1964 e 1966 em dois locais: no Colégio Imaculada, na Província de Santa Fé e no Colégio do Salvador, em Buenos Aires. Logo após a etapa do magistério, Bergoglio estudou Teologia e, em 1969, foi ordenado presbítero.
Apenas quatro anos após a ordenação, realizou a última etapa de formação da Companhia, conhecida como Terceira Provação. Em 1973, foi incorporado definitivamente na Companhia com a Profissão Solene em que, além dos conselhos evangélicos, pronunciou o voto de obediência ao Sumo Pontífice acerca das Missões.
O sacerdócio de Francisco
Padre Carlos Alberto afirma que, em sua opinião, a imagem que mais traduz o sacerdócio de Francisco é aquela carregando a ovelha sobre os ombros. E ressalta que Francisco é alguém totalmente voltado para o povo a quem ele serve, a quem ele foi chamado pelo Senhor a servir. Alguém que vive o seu sacerdócio, sobretudo nesses anos do seu pontificado, fazendo com que a Igreja volte os olhos para fora de si mesma, sem se descuidar de si, e veja todas as necessidades da humanidade, a quem a Igreja também é chamada a servir. Não só ao ser humano, mas também a toda a Casa Comum.
“Francisco vive o seu sacerdócio como uma entrega, assim como o Senhor não viveu para si mesmo, não veio para ser servido, mas para servir. Francisco é um servidor, e assim ele vive seu sacerdócio”, acrescenta.
Um Papa Jesuíta
“Francisco é jesuíta. É homem de oração e de discernimento. A oração e o discernimento são dois elementos fundamentais para a vida do jesuíta. A espiritualidade inaciana está enraizada na experiência espiritual de Santo Inácio de Loyola cristalizada nos seus exercícios espirituais.”
O padre lembra que a finalidade dos exercícios espirituais, como o próprio Santo Inácio diz, é tirar de si as afeições desordenadas para buscar encontrar e realizar a vontade de Deus.
“A espiritualidade inaciana é uma espiritualidade cristocêntrica. Francisco é um homem apaixonado por Jesus Cristo, apaixonado pela Palavra de Deus, que inspira, que ilumina e conduz a vida propriamente dita. Francisco é um homem interior, é um homem que vive segundo o Espírito, no dizer de São Paulo. Isso é uma característica fundamental também da tradição inaciana.”
Uma das grandes contribuições que Inácio de Loyola deu à Igreja foi a descoberta da interioridade. Padre Contieri avalia que Francisco é, ao mesmo tempo, um homem profundamente interior, um homem de oração profunda, e por isso mesmo um homem que ilumina a vida da Igreja.
A Companhia de Jesus
Padre Contieri ressalta que a congregação está aberta a cooperar com o Papa Francisco, primeiro Papa jesuíta, em sua missão.
“Sobre Francisco, vigário de Cristo na terra, a Companhia de Jesus reitera, como sempre viveu, a sua disposição para que o vigário de Cristo, o Papa, possa enviar e pedir à Companhia o que for necessário, para que a Igreja e a humanidade possam ser servidas da melhor maneira possível, e a Companhia contribuir com o seu serviço, com o seu carisma para o bem da Igreja e para o bem da humanidade.”