Orgãos ligados a aviação se reuniram em São Paulo para discutir o futuro da segurança no espaço aéreo. Durante o encontro foram elaboradas, numa decisão conjunta e inédita, 49 resoluções que prevêem o aumento da segurança nos vôos.
A área do terminal São Paulo é o espaço aéreo mais voado da América do Sul e compreende a região entre o aeroporto de Viracopos em Campinas e Congonhas. Diariamente, passam pela área do terminal 1,7 mil vôos entre comerciais, privativos e de helicópteros.
E hoje os helicópteros são responsáveis por 40% do tráfego sobre a cidade de São Paulo e a estimativa é de que, até 2010, mais 80 aeronaves sejam encorporadas a frota atual de 450 aparelhos. O controle mais rigoroso deste tipo de equipamento é uma das 49 recomendações feitas pelo Cenipa para aumentar a segurança do esapaço aéreo de São Paulo. "Estamos querendo que a probabilidade de que acidentes graves venham ocorrer no nosso espaço aéreo. Mesmo com o aumento no número de aeronaves – e aí você tem maiores chances de que ocorra um acidente – estamos querendo conscientizar todos os envolvidos de que temos de operar com a maior segurança possível", explica o chefe do Centro de Investigações Sobre Acidentes Aéreos (Cenipa) Brigadeiro Jorge Kersul Filho.
No encontro que reuniu representantes de vários setores ligados a aviação, foram apresentadas algumas propostas para a prevenção de acidentes aeronáuticos. Para a ANAC, por exemplo, foi pedido que seja feito um estudo para limitar em 40 minutos o tempo máximo de permanência de uma aeronave em solo no aeroporto de Congonhas.
Já o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) deve disponibilizar em sua página na Internet informações relacionadas a operação na área terminal São Paulo, como altitudes mínimas e máximas, portões de entrada e saída além das rotas visuais.
Para o governo do estado de São Paulo foi pedido um projeto de viabilização para construir torres de controle nos aeroportos de Jundiaí, Bragança Paulista e Sorocaba.
A Infraero terá que construir e ativar heliportos nos terminais de Guarulhos e Viracopos para operar 24 horas por dia.
E as empresas aéreas deverão comunicar ao Cenipa num prazo de 15 dias ocorrências relacionadas a manobras evazivas, motivadas pelo uso do TCAS, um equipamento que evita colisões durante o vôo. Para que isso seja possível, todas as aeronaves, de pequeno a grande porte, deverão ter o aparelho instalado. "Isso com certeza vai gerar um custo para as empresas mas vai aumentar em muito a segurança durante o vôo", explica Kersul.
Todas as recomendações que foram levantadas durante a reunião terão um prazo para serem adotadas pelos envolvidos com a aviação. No entanto isso não significa que elas serão implementadas já que um estudo de viabilidade técnica e orçamentária deverá ser feito. Mas em agosto haverá uma nova reunião, também em São Paulo, onde serão avaliados os procedimentos adotados. "São recomendações e por isso o Cenipa não tem como obrigar ninguém a adotar. Esperamos que sejam aceitos!" finaliza Kersul Filho.