O PT discutiu por mais de 12 horas nesta terça-feira, 14, para chegar a um consenso em torno do nome do deputado Marco Maia (RS) como seu candidato a presidente da Câmara.
Depois de duas desistências, Maia, considerado o azarão na disputa, conseguiu reunir o partido em torno de sua candidatura. Agora, ele precisa atrair outras legendas para chegar ao comando da Casa.
Pela manhã, na primeira tentativa de definição, o líder do governo Cândido Vaccarezza (PT-SP) era considerado o favorito para assegurar a indicação dos petistas. Mas a reunião na sede do partido foi adiada e transferida para a Câmara e um movimento estratégico do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), que já presidiu a Câmara entre 2007 e 2008, colocou a vitória quase certa de Vaccarezza à prova.
Descontente com os movimentos de Vaccarezza, Chinaglia anunciou a desistência da disputa em favor de Maia e conseguiu que as correntes internas do PT que estavam ao seu lado também se perfilassem ao lado do gaúcho.
Sem votos suficientes sequer para tentar uma disputa contra Maia, Vaccarezza tentou mudar o curso das negociações, mas sucumbiu no final do dia, quando percebeu que mais de 50 dos 88 deputados eleitos do PT para a próxima legislatura estavam do lado do adversário.
Ao sair do seu gabinete em direção ao plenário onde estava reunida a bancada, Vaccarezza disse que tinha sido "anunciado que o Arlindo retirou (a candidatura) em apoio a Marco Maia. As correntes do partido também apoiam o Marco Maia e essa é uma situação que eu tenho que ponderar", afirmou argumentando a posição de desistência.
Aliados como o deputado André Vargas (PT-PR) apontavam mais um motivo para o naufrágio da pré-candidatura do líder do governo. "Essa decisão de tirar da DS (corrente Democracia Socialista do PT) o Ministério do Desenvolvimento Agrário foi o que mais prejudicou o Vaccarezza nessa reta final", disse.
A DS acredita que Vaccarezza não apoiou devidamente a corrente nas negociações ministeriais.
Um deputado experiente e que já presidiu a Câmara disse que a derrota de Vaccarezza se deve principalmente aos movimentos precipitados que ele fez para conquistar a indicação. "Ele cometeu sucessivos erros na condução política nesse processo. Queimou etapas e mexeu com quem estava quieto", avaliou.
Maia evitou apontar erros dos adversários e pediu a união do partido para conquistar os aliados de outras legendas para conquistar a presidência. Ele comemorou ainda que a longa discussão dentro do partido tenha levado à uma decisão por consenso.
"Isso sem dúvida nenhuma arma o PT para as discussões, para os debates, para as negociações e acordos que deveremos ter daqui para frente com todos os partidos da Câmara e para fazer um bom diálogo que leve esse grupo de partidos que têm defendido (o governo) e trabalhado de forma unificada aqui na Câmara dos Deputados à presidência lá no dia 1o de fevereiro", disse.
O PT também escolheu seu líder na Câmara e por unanimidade o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) foi aclamado.
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