Coletiva de Imprensa

Presidente eleito fala às emissoras de inspiração católica

Segurança, educação, turismo, combate à corrupção e o trabalho social realizado pelas Igrejas foram alguns dos temas tratados durante coletiva de imprensa desta quinta-feira, 1

Da redação

Jair Messias Bolsonaro durante coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira, 1/ Foto: Canção Nova

Eleito no último domingo, 28, o novo presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, concedeu na manhã desta quinta-feira, 1, uma entrevista coletiva às emissoras de televisão de inspiração católica do país. Segurança, educação, turismo, combate à corrupção e o trabalho social realizado pelas religiões Católica, Evangélica e Judaica foram alguns dos temas tratados durante o encontro com jornalistas.

“Tenho um relacionamento maior com a Igreja Católica e Evangélica, por eu ser católico e minha esposa evangélica. (…) O que muitas igrejas fazem não tem preço, é excepcional”, comentou o presidente eleito. Bolsonaro falou também das isenções de impostos às Igrejas: “isenções já existem e estamos prontos para discutir outras, porque este trabalho não tem preço e vem do coração. (…) O que se deixa de arrecadar com certas isenções não é nada perto do feito”.

Sobre a Educação, Bolsonaro defendeu a inclusão do ensino à distância para o ensino fundamental e médio, no caso dos moradores de locais rurais e afastados, com acesso a internet. “Ele é muito bem-vindo, mas quanto mais presencial melhor”, pontuou. O presidente eleito falou também do código penal e do estatuto da criança e do adolescente.

“No meu tempo você prestava o serviço militar obrigatório com 17 anos, e mesmo sem tanto acesso a informação a garotada sabia o que estava fazendo. Eu entendo que, hoje em dia, 18 anos para a maioridade penal é muito alto. Devemos reduzir para 17 ou 16. Defendo essa proposta há mais de 20 anos dentro do parlamento”, frisou.

O código penal será alvo de reforma no novo governo. “A primeira reforma que pretendo fazer no Código Penal é dar uma retaguarda jurídica para que o nosso homem e mulher da segurança pública, em confronto, tenha o excludente de licitude, ou seja, ele responde, mas não tem punição”, declarou Bolsonaro.

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Durante a coletiva, o novo presidente defendeu o planejamento familiar. “Gostaria de atender todo mundo, mas mais de 92% do orçamento federal está comprometido com despesa obrigatória. Gostaria de discutir como aplicar a esta população de rua um planejamento familiar e não um controle da natalidade”, pontuou.

O Turismo foi também um dos temas discutidos durante o encontro com os jornalistas. Bolsonaro afirmou que o Brasil não está entre os 40 países que recebem mais turistas no mundo, mas que pretende facilitar a vinda dos estrangeiros e a circulação interna dos brasileiros. Para o novo presidente, para desenvolver o turismo é preciso pegar firme na questão da violência. “Ninguém sai de casa no Brasil ou vem para o país para ter sua vida ameaçada”, ponderou.

Sobre o tema Educação, Bolsonaro defendeu uma legislação mais rígida, a fim de inibir o crime. “A partir do momento que ele [acusado] sabe que, se for preso e condenado, ficará muito pouco tempo cumprindo pena, isso se torna estímulo para que continue à margem da lei”, opinou. Bolsonaro voltou a pedir que a sociedade olhe para os homens e mulheres da segurança pública com olhar de reconhecimento e apoio.

“Se nós pudermos dar a certeza que o trabalho desses homens e mulheres que arriscam suas vidas pelas nossas vidas, será reconhecido, conseguiremos diminuir aqui a violência no nosso Brasil”, comentou o presidente eleito. Para Bolsonaro, a ampliação de empregos no Brasil também poderá contribuir para a diminuição da criminalidade.

“Tratar todos com igualdade, buscar o bem comum, respeitar a família e a inocência das crianças em sala de aula. Lutar contra o marxismo cultural em escolas de todo o Brasil, fazer com que a educação tenha bons profissionais do ensino fundamental, médio e superior”. Segundo Bolsonaro, essas serão as prioridades de seu governo. Aos que votaram nele e aos que não votaram, o presidente eleito afirmou: “Estamos no mesmo barco”.

Reunião com o juiz Sérgio Moro

Momentos antes da confirmação do juiz Sérgio Moro para ocupar um cargo em seu ministério, na manhã de hoje, Bolsonaro ponderou: “se ele veio aqui é porque tinha interesse de participar do governo, mas obviamente pra atender aquilo que ele acha justo para o Brasil”. Moro aceitou o convite para ocupar a vaga de Ministro da Segurança em reunião reservada com duração de 40 minutos.

“O compromisso que assumi com ele é o combate à corrupção, crime organizado, estando do lado da constituição e das leis”, comentou o chefe do executivo eleito. Segundo o presidente, Sérgio Moro terá liberdade para cumprir o que ele chamou como “nova missão” e poderá indicar todos que irão compor o primeiro escalão do Ministério da Justiça. Bolsonaro declarou que a Polícia Federal voltará a integrar o Ministério da Justiça, que, por sua vez, se juntará ao Ministério da Segurança. Sérgio Moro foi a quinta pessoa indicada para o cargo de ministro.

Bolsonaro desmentiu os boatos de que já teria definido nome do ocupante do cargo máximo do Ministério da Educação e que nesta semana não anunciará mais nenhuma decisão. O presidente eleito afirmou irá definir o novo ministro da Saúde na próxima semana. Por fim, ressaltou quais princípios um homem ou uma mulher devem ter para ocupar o cargo de ministro durante sua gestão: “deve ser patriota, ter Deus no coração, ter autoridade, ser gestor e ter iniciativa. Não abrimos mão deste perfil”, concluiu.

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