Artigo - Dom Odilo Scherer

Porque a Igreja está presente nas grandes cidades?

Testemunha de Cristo na Cidade

Qual é o primeiro objetivo da presença da Igreja numa cidade como São Paulo? Tantas poderiam ser as respostas, mas uma delas é a principal: ser testemunha de Jesus Cristo e do Evangelho do Reino de Deus.

Foi bem isso que Jesus recomendou aos apóstolos, ao lhes prometer o Espírito Santo, antes de elevar-se ao céu: “vós sereis minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra” (cf At 1,8). Jesus manda ser testemunhas dele, em primeiro lugar, na cidade de Jerusalém.

No dia 25, festa da Conversão de São Paulo, quando a Arquidiocese de São Paulo comemora o Apóstolo como seu Patrono e Intercessor, entra oficialmente em vigor o seu 11º Plano de Pastoral, que traz este propósito: “ser testemunha de Jesus Cristo na cidade de São Paulo”.

Essa meta dá sentido e orientação a tudo o que a Igreja é e faz: às suas organizações pastorais, instituições educativas, de caridade e solidariedade social; aos seus meios de comunicação, associações de fiéis leigos, à atuação dos bispos, padres e religiosos, para a existência e ação das paróquias, igrejas, santuários, conventos, mosteiros, pequenas e grandes comunidades; para as celebrações litúrgicas e manifestações religiosas, artísticas e culturais, e até para o badalar dos sinos nas torres das igrejas… Tudo isso existe em função da missão de testemunhar Jesus Cristo e seu Evangelho na cidade de São Paulo.

O 11º Plano de Pastoral começa com uma referência à história da presença e atuação da Igreja em São Paulo e ao seu caminho de fidelidade a Cristo. Essa Igreja vê-se hoje diante de situações novas, tanto do ponto de vista religioso e pastoral como do ponto de vista social, político e cultural; elas representam uma chance e um convite para atuar de forma nova e perseverante. Mas também há situações desafiadoras, em que a missão da Igreja precisa ser exercida com renovada atenção e empenho.

Em sintonia com as atuais Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, a Arquidiocese coloca-se diante das urgências, que requerem seu empenho especial:
a) a necessidade de promover uma nova evangelização faz a Igreja em São Paulo colocar-se “em estado permanente de missão”; b) a urgência de oferecer melhor formação aos fiéis, leva a Igreja em São Paulo a ser “casa de iniciação à vida cristã”; c) a necessidade de verdadeiros discípulos missionários de Jesus Cristo requer que toda a vida ação da Igreja seja animada pela a Palavra de Deus”; d) o mandamento do amor fraterno e da comunhão entre todos batizados desafia a Igreja em São Paulo a ser uma rica e variada “Comunidade de comunidades” cristãs; e) “para que todos tenham vida”, a Igreja em São Paulo se coloca ao serviço da vida plena para todos; f) voltando-se para a juventude com amor e profundo interesse, esta Igreja une seus esforços para evangelizar os jovens.

Após indicar algumas situações que caracterizam cada uma dessas seis urgências, o 11º Plano oferece indicações pastorais, que deverão ser traduzidas em iniciativas e programas de ação pelas paróquias, comunidades e organizações eclesiais e pastorais. O Plano de Pastoral é norteador da ação evangelizadora e pastoral de toda a Arquidiocese para os próximos quatro anos e deverá favorecer a pastoral de conjunto. Nele, leva-se em conta o 50º aniversário do Concílio Ecumênico Vaticano 2º, o Ano da Fé e o Catecismo da Igreja Católica, para ajudar a Arquidiocese a viver esses próximos anos em sintonia e em comunhão com a Igreja no Brasil e no mundo inteiro.

O primeiro ano de vigência do Plano de Pastoral coincide com a realização do Ano da Fé, que toda a Igreja celebra desde 11 de outubro de 2012 até 24 de novembro de 2013. Por isso, a Carta Pastoral – Senhor, aumentai nossa fé! – apresenta reflexões e uma série de indicações e sugestões para a vivência do Ano da Fé na Arquidiocese.

Faço votos que o 11º Plano de Pastoral proporcione um caminho frutífero de unidade pastoral, como resposta aos desafios, necessidades e urgências pastorais do nosso tempo. E que a Arquidiocese possa tornar-se, cada vez mais, uma testemunha corajosa, dinâmica e crível de Jesus Cristo e de seu Evangelho nesta cidade. Pela intercessão do Apóstolo São Paulo e com as bênçãos de Deus!

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