Dados do Governo de São Paulo mostram aumento de 78% nas inscrições em provas para entrar neste tipo de escola no período entre 2021 a 2025
Aline Imercio
De São Paulo (SP)
A estudante Natália Guimarães / Foto: Gilberto Pereira
Nos bancos escolares da Escola Técnica Estadual Getúlio Vargas, que fica no bairro do Ipiranga, na zona Sul de São Paulo, a estudante Natália Guimarães presta atenção em cada aula. A menina deseja seguir os passos da mãe, por isso, junto com o ensino médio regular, realiza o curso técnico para administradora. “A primeira coisa que eu pensei foi mais nos estágios e no trabalho que se encaixaria mais para minha realidade”, diz a estudante.
Assim como Natália, muitos jovens do estado de São Paulo vêm se interessando pela modalidade do Ensino Médio que oferece também a formação técnica em diversas áreas, nas chamadas ETECs. Segundo dados do governo estadual, o aumento nas inscrições em provas para entrar neste tipo de escola foi de 78% no período entre 2021 a 2025.
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Pensando nisso, na última semana, o governo de São Paulo anunciou a expansão deste tipo de ensino com a previsão de chegar em 2026 com mais de 321 mil jovens matriculados na chamada educação profissional. “São 321 mil alunos que vão sair com dupla formação: vão sair com o diploma do ensino médio e com o diploma do ensino profissionalizante. Isso significa que 40% dos nossos alunos do ensino médio vão estar fazendo ensino profissional”, disse o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas, durante a apresentação da expansão da educação profissional, em evento realizado na última semana.
O que é o curso técnico?
Segundo o superintendente da ETEC Getúlio Vargas, Cristiano Pereira da Silva, o ensino médio técnico tem o objetivo de proporcionar ao aluno a formação das disciplinas de base comum, junto com a formação da área técnica que o estudante escolher. “Ele já sai com uma formação para entrar no mercado de trabalho. Antes disso, ele já pode estagiar também”, diz Cristiano.
Com cerca de três mil alunos, a ETEC Getúlio Vargas tem cursos que vão desde Administração, Nutrição, Serviços Jurídicos, Química, Mecatrônica e Tecnologias, e a procura é grande. Segundo Cristiano, em algumas modalidades, é possível observar a relação de dez candidatos para uma vaga. “Temos visto um crescimento significativo, até porque o mercado tem exigido maior qualificação (…) Nós temos um painel de divulgação de vagas, que é muito procurado, e eu mesmo assino de dois a três novos estágios para alunos por semana ”, diz Cristiano.
Pontapé inicial na formação
Mas cursar um ensino técnico com o ensino médio não significa deixar de fazer uma faculdade. Para a presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), Eliane Aere, o ensino técnico ajuda no primeiro emprego e pode ser decisivo para a escolha de um curso na universidade. “O técnico não quer dizer que você deixou para lá o sonho de fazer alguma universidade, são coisas que na linha do tempo, elas podem se complementar. (…). A escolha da pessoa tem que levar em consideração o perfil dela, e o objetivo do jovem, se ele gosta de aprender na prática, se ele gosta de tecnologias, processos e operações. O técnico é um excelente caminho. E essas áreas de Automação, Logística, Saúde, elas são excelentes empregadoras, têm vagas muito interessantes. Então é um bom caminho, eu recomendo”, diz Eliane.
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