DOMINGO, 27

População de rua participa da Celebração de Páscoa no Rio

Neste ano, a celebração de Páscoa no Rio de Janeiro marcou profundamente a Igreja, em especial, os moradores de rua, que participaram do momento

Da redação, com Arquidiocese do Rio

Na manhã deste Domingo de Páscoa, 27, o arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, presidiu a Santa Missa, na Catedral Metropolitana de São Sebastião.

Neste ano, a celebração, que recorda a Ressurreição de Cristo como renascimento dos cristãos, marcou profundamente a Igreja no Rio, em especial, os irmãos moradores de rua, que tiveram a oportunidade de vivenciar este Ano Jubilar da Misericórdia participando da cerimônia de passagem pela Porta Santa.

“Este é um dia diferente e queremos oferecer alguma dignidade para essas pessoas. É possível transformar essa sociedade e nosso desejo é que todos os moradores de rua tenham a sua casa, sua família, seu trabalho e educação. Nosso objetivo é promover essas pessoas e fazer com que elas se sintam amadas também neste Ano Santo da Misericórdia”, ressaltou.

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Os moradores de rua tiveram a oportunidade de vivenciar este Ano Jubilar da Misericórdia, participando da cerimônia de passagem pela Porta Santa / Fonte: Arq Rio

No início da Missa, Dom Orani realizou a aspersão com a Água Benta, recordando o Batismo de todos os presentes. Aproveitou a ocasião para destacar que se a Quaresma colocou os cristãos em conversão, o tempo da Páscoa os chama para uma vida renovada.

“A experiência da Quaresma, da Semana Santa e do Tríduo Pascal é justamente para que nós possamos, ao mesmo tempo em que fazemos memória e vivemos em nós todos esses dons, ir ao mundo, a todo canto da sociedade e testemunhar. Somos chamados em nossa sociedade mundial com toda a violência, com toda perseguição aos cristãos, todos os problemas que existem, a sermos anunciadores e testemunhas do Ressuscitado”, exortou o Cardeal.

A Celebração Eucarística foi concelebrada pelo pároco da Catedral, Monsenhor Joel Portella Amado, e demais sacerdotes da Arquidiocese. Membros da Comunidade Católica Shalom – que encerrava o Retiro da Semana Santa –, fiéis de diversas regiões da cidade e alguns moradores de rua também participam do momento litúrgico.

O Cardeal disse que cada Páscoa é um passo a mais até a Páscoa definitiva. / Fonte: Arq Rio

Durante a homilia, Cardeal Tempesta deu ênfase à verdade de que este é o momento em que a Igreja renasce. E que cada Páscoa é um passo a mais até a Páscoa definitiva. Dom Orani disse ainda que, além do testemunho apostólico, os cristãos são chamados a ter Jesus presente em suas vidas.

“Também em nosso país, nas suas divisões ideológicas, com suas violências de uns para com os outros, ver que nossa opção é ter encontrado em Jesus Cristo a vida e por causa de Cristo nós estamos anunciando que é possível caminhar num mundo novo, onde os valores do Evangelho permeiem cada vez mais os nossos relacionamentos, com perdão, paz e fraternidade; um mundo em que o homem seja cada vez mais renovado no Senhor”, ressaltou.

Após a Missa, Dom Orani convidou os moradores de rua a participarem, neste Ano Jubilar da Misericórdia, da cerimônia de passagem pela Porta Santa, momento de oração presidido pelo Cardeal, seguido do tradicional almoço para festejar a Páscoa do Senhor. Em todo o tempo em que esteve na Catedral, o arcebispo do Rio procurou estar junto com os moradores de rua, cumprimentar, conversar, abençoar e até ajudar na distribuição das quentinhas.

Em todo o tempo em que esteve na Catedral, o arcebispo do Rio procurou estar junto com os moradores de rua / Fonte: Arq Rio

Para o assessor arquidiocesano da Pastoral do Povo da Rua, Padre Gustavo Auler, a Páscoa é a maior festa do Cristianismo, na qual se celebra a ressurreição de Jesus Cristo, que venceu a morte e a dor definitivamente. Desse modo, os cristãos são chamados a vencer os sinais de injustiça e de morte presentes, hoje, em nossa sociedade, em especial as pessoas que vivem em situação de rua nos grandes centros urbanos.

“Nosso objetivo foi proporcionar aos moradores de rua a oportunidade de vivenciar, com dignidade, a alegria pascal, além de poder compartilhar momentos de agradável convívio, com uma refeição preparada com todo capricho, além de diversas atividades organizadas especialmente para eles. A Páscoa deve ser para todos”, afirmou.

“Celebrar a Páscoa, ao mesmo tempo em que nos alegramos porque o Senhor está vivo e ressuscitado, é ser testemunha desse Senhor no meio de uma sociedade iludida, violenta. Nós gostaríamos sim que o mundo em que a gente vive fosse diferente, um mundo mais humano, mais justo, que se respeitasse mutuamente, onde houvesse dignidade para todos; vemos que isso está distante tanto na sociedade mundial quanto nacional e local, mas aí está nossa missão, missão de quem encontrou-se com o Ressuscitado”, concluiu Dom Orani João Tempesta.

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