Um historiador judeu David G. Dalin, em um artigo publicado esta semana, afirma que a verdadeira história deixa em evidência que o Papa Pio XII foi um defensor dos judeus e um crítico do nazismo, e aqueles que o criticam do contrário são ex-sacerdotes ou ex-católicos que têm “contas pendentes” doutrinais com o Papa Pacelli.
No artigo “Eu, judeu por Pio XII”, Dalin diz que “Qualquer leitura honesta e completa das fontes demonstra que o Pontífice foi um tenaz crítico do nazismo” e indica que “estranhamente todos aqueles que o caluniam são ex-sacerdotes ou cristãos afastados da Igreja, mas novos documentos provam que o “Führer” desconfiava da Santa Sé precisamente porque escondia os rabinos”.
Durante e depois da guerra muitos judeus famosos -Albert Einstein, Golda Meir, Moshe Sharett, o rabino Isaac Herzog e muitos outros- expressaram publicamente sua gratidão a Pio XII.
O historiador judeu cita inclusive a obra “Three Popes and the Jews”, do diplomático judeu Pinchas Lapide, cônsul israelense em Milão, segundo o qual Pio XII salvou com certeza a vida de 700 mil hebreus, e provavelmente chegou a salvar até 860 mil da maquinaria assassina dos nazistas.
Para Dalin, o debate sobre o futuro do papado não é um tema no qual os não cristãos deveriam se meter; entretanto, opina que “os judeus, além de seus sentimentos para com a Igreja Católica, têm o dever moral de refutar toda tentativa de instrumentalizar o Holocausto e de usá-lo de maneira partidária no interior de tal debate. E isto particularmente quando tal intento denigre os testemunhos dos sobreviventes do Holocausto e estende às pessoas erradas a condenação que corresponde a Hitler e os nazistas”.
Dalin, oferece então o testemunho de numerosas figuras judaicas da Europa e Estados Unidos, que hoje se opõem definitivamente, ao ato de denegrir como fazem alguns irmãos de religião a Pio XII.
O historiador acredita que “uma séria investigação sobre Pio XII chegaria, a conclusões exatamente opostas às de Cornwell: Pio XII não foi o Papa de Hitler, mas o Papa que sustentou os judeus mais de perto e no momento em que aquilo era verdadeiramente importante”, disse o historiador.
Fonte: SN