REALIDADE

Pesquisa revela crescimento da população em situação de rua no Brasil

Cada vez mais visível, a realidade das ruas atinge milhares de brasileiros. Estudos realizados pela Universidade Federal de Minas Gerais apontam crescimento dessa população nos últimos anos.

Reportagem de Silas Santos e Sidiclei Sales

Não é difícil encontrar cenas como estas em diversas cidades e nos grandes centros de todo o Brasil. Pessoas que se sentem isoladas e esquecidas. Esse jornalista de Aracaju trabalha em favor das pessoas em situação de rua desde 2016. Anderson relata diversas situações e para dar voz aos menos favorecidos, criou um canal próprio em redes sociais e plataformas digitais. 

Por que ela está ali, o que é que levou? Quais os motivos? Era um silenciamento que eu via na imprensa, que eu via também na sociedade e elas estavam sempre à margem. Então, foi a partir daí que eu disse: ‘Eu quero descobrir quem são essas pessoas’. Porque eu imagino que elas têm elas têm uma história, só que não é contada”, relatou o jornalista, Anderson Barbosa. 

Dados do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a população em situação de rua da UFMG revelam que a cidade de São Paulo concentra o maior número de pessoas. São mais de 98.000. Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Fortaleza estão na sequência dessa lista. Ações em conjunto com a Cáritas, pastoral do povo de rua e órgãos estaduais e federais tentam pôr fim a essa realidade. 

Aqui em Aracaju, por exemplo, ações são desenvolvidas ao longo do ano pela Arquidiocese, Defensoria Pública e outras instituições. Estimativas apontam que mais de 600 pessoas vivem hoje em situação de rua na capital. “A maioria se declara dentro do sucesso que os seus, a sua ida às ruas foram os vínculos rompidos, vínculos afetivos, então a gente trabalha fortemente nessa retomada de vínculos familiares, da escuta tanto da população de rua, como também de seus familiares. Então, graças a Deus, temos muitos avanços, dessa retomada”, reforçou o coordenador da Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de Aracaju, Marcos Corrêa.

“Que nós possamos avançar porque haveremos de reconhecer que há uma dívida histórica com essas pessoas que sofrem por jejuns prolongados, insegurança alimentar, precariedade dos equipamentos públicos, política higienistas, que visa apenas afastar essas pessoas e não acolhê-las, contemplá-las em políticas públicas”, ressaltou o defensor público estadual, Sérgio Moraes. 

“Qualquer parte desse país a gente vê essa população. São pessoas que estão catando latinhas, são pessoas que estão tirando comida de lixo. Então, eu espero que imagens como essas façam parte do passado, mas para que isso aconteça, a gente entende que a política pública tem que ser respeitada e de fato efetivada”, concluiu Anderson.

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