CUIDADOS NAS FÉRIAS

Pediatra detalha cuidados com as crianças nas férias de verão

Dermatites, insolação e problemas na piscina são alguns detalhes que podem tirar o sono dos pais nas férias, quando as crianças passam mais tempo em casa

Thiago Coutinho
Da redação

Uso do protetor solar é uma das necessidades nas férias de verão / Foto: Canva Pro

Os meses de dezembro e janeiro são os prediletos das crianças. Com as férias escolares à tona, é hora de descansar e deixar os dias serem preenchidos com o que há de melhor nesta fase da vida. Para os pais, porém, é um momento de preocupação redobrada: com mais tempo dentro de casa, as crianças também estão mais propícias a sofrerem pequenos acidentes domésticos — sem contar as doenças e cuidados com a saúde típicos desta época do ano.

Veja também
.: Acidentes domésticos crescem durante as férias escolares

Entre as enfermidades e doenças mais comuns desta época do ano estão insolação, desidratação e doenças de pele. “Os principais cuidados durante o verão são em relação à proteção contra o sol, hidratação da criança e alimentação”, reforça a pediatra Jéssica Soares. “Os pais precisam limitar a exposição da criança em períodos onde a radiação solar é mais intensa, entre 10-16h, e mesmo em horários mais brandos, o ideal é utilizar um filtro solar aplicado 30 minutos antes nas áreas expostas, e reaplicado conforme indicação do fabricante”, acrescenta.

É importante, segundo a médica, que os pais não se esqueçam da água: a transpiração aumenta com brincadeiras ao ar livre. Sendo assim, precisam ser lembradas de beber água. “Importante levar uma garrafinha com água para ingerir com frequência água. A ingestão de líquido deve ser preferencialmente água, e não suco ou bebidas industrializadas. Por isso, atentar-se para a alimentação também é fundamental. Ingerir muitas frutas e alimentos leves, e sempre limitar a ingestão de ultraprocessados e produtos com açúcar adicionado”, alerta.

Além da água, a pediatra recomenda água de coco e suco de fruta natural para crianças maiores de 2 anos. “Em relação ao suco, a ingestão deve ser limitada. Crianças não devem tomar bebidas isotônicas e refrigerantes para manter a hidratação. Quanto mais natural, melhor! Água não tem erro”, aconselha.

Piscinas, praias e quaisquer brincadeiras que envolvam mergulho e água exigem cuidado redobrado dos pais. “É importante nunca deixar a criança sozinha ou sem supervisão nesses lugares, pois o risco de acidentes é presente”.

Insolação

Além de queimaduras na pele, a exposição exagerada ao sol pode causar uma condição conhecida como insolação. Trata-se de um caso sério, em que o organismo é submetido a uma calor fora do normal e a temperatura corporal ultrapassa 40°C. “Nesse caso, os mecanismos de dispensação do calor falham e a criança pode apresentar sintomas como dores de cabeça, tontura, náusea, pele quente e seca, pulso rápido, temperatura elevada, distúrbios visuais, confusão mental e, em casos graves, pode chegar a óbito”, afirma a pediatra.

Quando apresentar sintomas mais severos, a criança deve ser levada para atendimento médico o mais rápido possível. “Enquanto isso, pode retirar o máximo de roupas possível, deixar a criança em um lugar fresco, oferecer água gelada ou fria para hidratar e borrifar água fria ou usar compressa fria no corpo para ajudar a dissipar a temperatura. Assim que possível, envolver com roupas molhadas também é útil para dissipar a temperatura”, ensina Jéssica.

Micose

Por frequentarem piscinas, é comum o surgimento de uma infecção conhecida como micose. Causada por fungos, a micose pode atingir a pele, couro cabeludo e unhas. Os sintomas são mais comuns no verão porque as altas temperaturas favorecem a proliferação dos fungos

“Quando notar lesões esbranquiçadas ou descamativas no corpo, couro cabeludo ou unhas, é importante procurar um médico para iniciar o tratamento”, recomenda a pediatra Jéssica. “Evitar ficar com roupas molhadas o dia inteiro também ajuda a não predispor a proliferação de fungos na pele. Manter a pele seca e bem cuidada é uma forma de cuidar para evitar o surgimento de micoses”.

Outro problema comum, especialmente em crianças que gostam de andar descalças, é o Bicho Geográfico, uma infecção de pele causada por larvas de parasitas que vivem no intestino de cães e gato. “O tratamento do Bicho Geográfico é feito com antiparasitário oral ou pomada”, explica a médica. Para evitá-lo, o ideal é que a criança esteja calçada, especialmente em locais como praias, parques e jardins. “Usar barreiras físicas para evitar o contato direto com o solo ao deitar ou sentar; descartar corretamente as fezes dos animais para não contaminar jardins e praias; higienizar as mãos com frequência, principalmente antes das refeições e de manipular alimentos”, acrescenta a pediatra.

Cuidados com a pele

Por fim, é importante um cuidado bem específico com as crianças: a pele. A medicina recomenda que crianças após seis meses já devem fazer uso de filtro solar se for ficar exposta ao sol. “O filtro solar deve ter um fator de proteção mínimo de 30 FPS, e livre de produtos tóxicos e prejudiciais como parabenos. Além do filtro solar nas áreas expostas, usar roupas com proteção solar e chapéus também ajudam a proteger do sol. E claro, evitar ao máximo a exposição solar entre os horários das 10-16h, onde o calor e a radiação são mais intensos”, finaliza a pediatra.

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

↑ topo