Fabiana Azambuja
Da redação
Para defender a família a Igreja escreveu vários documentos. A exortação apostólica “A missão da Família Cristã no mundo de hoje” a encíclica “Familiaris Consortio” e a recente “Cartas à Família” constituem documentos nos quais o então Papa João Paulo II expôs a preocupação da Igreja diante das ameaças à instituição da família e a orientação, aos cristãos, para a preservação do plano de Deus Criador e Redentor.
Meios de Comunicação
É um desafio para a família cristã nos dias atuais a rápida mudança social, a mudança dos costumes e dos hábitos, forçados pelo desenvolvimento tecnológico nem sempre orientado para uma vida familiar sadia.
O desenvolvimento das comunicações levou para nossos lares de um lado uma sensação de progresso, de outro um “veneno” que aos poucos vai destruindo toda uma formação moral e ética em que se fundamenta os valores cristãos da sociedade.
Com mentiras, meias-verdades e eufemismos os destruidores da família procuram levar muitas pessoas de boa fé a contribuírem com seus projetos. Um exemplo é a divulgação da promiscuidade sexual, o sexo livre, o conseqüente aborto e a destruição de uma vida humana. Valor do Pai e da Mãe A família é e sempre será o berço da humanidade.
Em uma carta direcionada às famílias em 1994, o Vaticano ressalta o valor do pai e da mãe. “No delineamento da presente Carta às Famílias, é chegado o momento de acenar a duas questões conexas entre si. Uma, mais genérica, diz respeito à civilização do amor; a outra, mais específica, refere-se à paternidade e maternidade responsável”, diz o documento.
Para a Igreja o matrimônio é a responsabilidade pelo bem comum dos cônjuges e depois da família. “Este bem comum é constituído pelo homem”, pelo valor da pessoa e por quanto representa a medida da sua dignidade. O homem possui em si esta dimensão em qualquer sistema social, econômico e político.
No âmbito do matrimônio e da família, porém, esta responsabilidade torna-se, por muitas razões, ainda mais empenhativa. Não é sem motivo que a Constituição Pastoral Gaudium et spes fala de promoção da dignidade do matrimônio e da família.
O Concílio vê em tal promoção uma tarefa tanto da Igreja como do Estado; todavia, ela permanece, em cada cultura, primariamente “um dever das pessoas que, unidas em matrimônio, formam uma família específica”.
Os filhos
O documento diz ainda sobre a responsabilidade dos filhos, paternidade e maternidade responsável exprimem o compromisso concreto de atuar esse dever, que, no mundo contemporâneo, reveste novas características.
“De modo particular, paternidade e maternidade responsável referem-se diretamente ao momento em que o homem e a mulher, unindo-se numa só carne, podem tornar-se pais. É momento impregnado de um valor peculiar, quer pela sua relação interpessoal quer pelo seu serviço à vida: eles podem-se tornar progenitores – pai e mãe -, comunicando a vida a um novo ser humano.
As duas dimensões da união conjugal, a unitiva e a procriadora, não podem ser separadas artificialmente sem atentar contra a verdade íntima do próprio ato conjugal”, diz o documento.
O documento diz ainda, “os cônjuges aprendem por experiência própria o que significa a paternidade e a maternidade responsável; aprendem-no também graças à experiência de outros casais que vivem em condições análogas, e tornam-se assim mais abertos aos dados das ciências”. Poder-se-ia dizer que os “peritos” como que aprendem dos “cônjuges”, para serem depois, por sua vez, capazes de instruí-los competentemente acerca do significado da procriação responsável e dos modos de a realizar.
Este argumento foi tratado amplamente nos Documentos conciliares, na Encíclica Humanae Vitae, nas “Proposições” do Sínodo dos Bispos de 1980, na Exortação Apostólica Familiaris Consortio, e em intervenções análogas até à Instrução Donum Vitae da Congregação para a Doutrina da Fé.
Nadando contra a corrente
A Igreja ensina a verdade moral acerca da paternidade e maternidade responsável, defendendo-a das visões e tendências errôneas hoje difusas. Por que motivo faz isto a Igreja? Será, talvez, porque não se dá conta das problemáticas invocadas por quantos aconselham cedências neste âmbito e procuram convencê-la inclusivamente com pressões indevidas, quando não mesmo com ameaças? Não raro, de fato, o Magistério da Igreja é acusado de estar superado já e fechado às instâncias do espírito dos tempos modernos; de realizar uma ação nociva para a humanidade, e inclusive para a própria Igreja.
Ao manter-se obstinadamente nas próprias posições – diz-se -, a Igreja acabará por perder popularidade e os fiéis afastar-se-ão cada vez mais dela.
Mas como é possível sustentar que a Igreja, especialmente o Episcopado em comunhão com o Papa, seja insensível a problemas tão graves e atuais? Foi precisamente neles que Paulo VI entreviu questões de tal forma vitais que o impeliram a publicar a Encíclica Humanae Vitae
O fundamento sobre o qual se baseia a doutrina da Igreja acerca da paternidade e maternidade responsável é bem amplo e sólido.
O Concílio indica-o, antes de mais, no ensinamento sobre o homem, quando afirma que ele é “a única criatura sobre a terra a ser querida por Deus por si mesma” e que não pode “encontrar-se plenamente a não ser no dom sincero de si mesmo”. Isto porque ele foi criado à imagem e semelhança de Deus e redimido pelo Filho unigênito do Pai, feito homem por nós e para nossa salvação”, diz o documento.