No discurso que proferiu no final da visita “ad limina” dos bispos brasileiros da Região Sul 3 e 4 da CNBB, João Paulo II fez apelo a um forte compromisso ético na política e na economia do país.
O Papa criticou duramente a realidade brasileira naqueles campos, falando, em particular, de um “déficit histórico de desenvolvimento”, das “violações da justiça e da insuficiência salarial” e do “afã exagerado da riqueza e do lucro”.
Para o Santo Padre, a “própria história econômica brasileira é uma boa demonstração da ineficácia dos sistemas econômicos destinados a resolver por si só os problemas do desenvolvimento humano, quando não são acompanhados e corrigidos por um forte compromisso ético e pelo empenho constante de serviço à dignidade humana”.
Diante deste quadro, o Papa lançou um desafio aos bispos brasileiros: o de “considerarem as coisas sempre do ponto de vista da dignidade do homem, que transcende o simples jogo dos fatores econômicos”.