Neste primeiro dia de setembro, início do Mês da Bíblia, padre Wagner explica que proximidade com as Sagradas Escrituras é força diante de cansaço e dúvidas
Julia Beck
Da Redação, com colaboração de Lorena Araújo

Foto: Wesley Almeida
Um tempo de “graça especial”, um Kairós em que toda a Igreja no Brasil é convidada a intensificar seu encontro pessoal e comunitário com a Palavra de Deus. Assim o assessor nacional da Comissão Bíblico-catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), padre Wagner Carvalho, define o “Mês da Bíblia”, iniciado pela Igreja no Brasil nesta segunda-feira, 1º.
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“Mais do que um estudo acadêmico, desejamos fomentar uma escuta orante e atenta que leve a um verdadeiro diálogo com o Senhor. É um período para reacender em nossos corações o amor pelas Sagradas Escrituras, reconhecendo-as como fonte inesgotável de vida, orientação e consolo”, reflete o sacerdote.
Este mês, prossegue padre Wagner, é um chamado para que a Bíblia “saia das estantes” e entre, de fato, no coração das famílias e comunidades, transformando mentalidades e ações à luz do Evangelho.
Esperança
A esperança, tema do Jubileu da Igreja que está em curso, refletiu na temática do Mês da Bíblia 2025, que é: “A esperança não decepciona” (Rm 5,5). Segundo o assessor nacional da Comissão Bíblico-catequética da CNBB, o conhecimento bíblico, especialmente da Carta aos Romanos, ajuda na formação da consciência dos leigos, catequistas e agentes de pastorais em suas missões evangelizadoras.
“É um verdadeiro alicerce para a missão. São Paulo ensina aos leigos, catequistas e agentes de pastoral que a esperança cristã não é um mero otimismo humano, mas uma virtude teologal, um dom gratuito de Deus que nasce do Seu amor derramado em nossos corações”, frisa.
Padre Wagner sublinha que esse entendimento forma uma consciência madura, libertando o agente evangelizador do pragmatismo e do desânimo, pois sua confiança está radicada em Deus, e não no sucesso imediato. Desse modo, ele ressalta que é fixada a convicção de que a missão é, antes de tudo, obra do Espírito Santo, e todos são “humildes colaboradores”, “portadores de uma esperança que jamais falha”.
Sagradas Escrituras no cotidiano
“As Escrituras Sagradas são para o fiel como a água para uma planta: nutrem, revitalizam e dão força para resistir às intempéries. No dia a dia, ela nos oferece sabedoria divina para enfrentar decisões e conflitos, iluminando nossos caminhos muitas vezes obscuros”, pontua o sacerdote.
Através das narrativas de aliança, das promessas de Deus e do exemplo de tantos homens e mulheres de fé, o assessor nacional da Comissão Bíblico-catequética da CNBB destaca que a Palavra de Deus convida os fiéis a confiarem na Divina Providência.
“A Palavra é nosso sustento espiritual diário, uma bússola que nos mantém firmes no rumo de Cristo, especialmente nos momentos de dúvida e cansaço, renovando, constantemente, nossa esperança e nosso ânimo para perseverar”, complementa.
Celebrações do Mês da Bíblia
Com o Ano Santo, as paróquias e comunidades integrarão as celebrações do Mês da Bíblia com a vivência do Jubileu. Padre Wagner acredita que está é uma “oportunidade ímpar” para a promoção de “Caminhadas Bíblicas” que simulem a peregrinação jubilar, com meditações de passagens que falem do perdão, da conversão e da misericórdia de Deus.
Celebrações da Palavra, sugere o presbítero, podem focar nos textos que fundamentam o Jubileu, como o anúncio do ano da graça do Senhor (Is 61, 1-2). De acordo com ele, a motivação missionária será animada ao se mostrar que a Palavra ouvida e meditada durante o Mês da Bíblia não pode ficar guardada, mas deve ser levada aos demais como a Boa-Nova da misericórdia e da esperança jubilar. Dessa forma, ele afirma que a Bíblia se torna o coração de um Jubileu missionário e transformador.