Itaici

Padre critica cultura globalizada, que coloca mercado como centro

Mercado é bom para produzir, para distribuir, vender, mas péssimo para superar desigualdades, exclusões e por isto mesmo necessita ser regulado”. A afirmação é do historiador da Igreja, padre José Oscar Beozzo, ao fazer a análise da conjuntura eclesial para os 450 padres que participam do 12o Encontro Nacional de Presbíteros (ENP) na tarde de hoje, em Itaici (SP).

Segundo padre Beozzo, o mercado se constitui num desafio e se insere no contexto de uma sociedade contemporânea que se caracteriza pela ciência, pela técnica, pelo conhecimento. De acordo com Beozzo, os desafios provenientes da cultura contemporânea interpelam a Igreja.

“Nossa crítica não é ao mercado em si como construção social, mas ao mercado se arvorar em único princípio regulador, que não admite ser controlado por nada, nem pela política, nem pela ética e norteado apenas pela consecução do lucro, não importando as conseqüências”, avaliou. “O mercado erige-se como Deus: fora do mercado não há salvação”, destacou.

Padre Beozzo disse que na sociedade globalizada, que coloca o mercado como centro, o desafio para a Igreja é acolher os excluídos, “trabalhar com eles por transformações sociais, políticas e econômicas que levem à eliminação da exclusão social”. Para ele, nessa atitude se expressa a opção preferencial pelos pobres.

Ainda de acordo com o conferencista, o Documento de Aparecida fala da necessidade de se construir “uma globalização diferente, não excludente, justa e solidária”. Recorda, também, a opção pelos pobres retomada por Aparecida que a apresenta como “implícita à nossa fé cristológica”.

Para Beozzo, o Documento de Aparecida apresenta como desafios eclesiais e, ao mesmo tempo, como resposta aos desafios presentes na sociedade a necessidade da Igreja ser “Igreja testemunho; igreja alicerçada, iluminada e orientada pela Palavra de Deus;Igreja libertadora; Igreja ecumênica, advogada da justiça e parceira dos pobres;Igreja de comunidades, tendo as CEBs como espaço de vivência de fé comunitária;Igreja inculturada com indígenas e afro-descendentes e em luta contra a discriminação racial, social, cultural e religiosa; Pátria Grande latino-americana e caribenha”.

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