Apagão

ONS: não há sistema imune a blecautes

O diretor-presidente do Operador Nacional do Sistema (ONS), Hermes Chipp, assegurou nesta terça-feira, 17, que não houve falhas – sejam operacionais ou de manutenção – dos equipamentos no blecaute que atingiu 18 estados no último dia 10.

“Não há sistema no mundo imune a blecautes. O que nós queremos é cada vez mais pegar essa experiência, olhar a leitura do sistema por meio do disparo dos nossos oscilógrafos, que são as nossas caixas-pretas, para poder criar as propostas, as recomendações, para minimizar o efeito dominó e o tempo de recomposição”, disse.

A princípio, o ONS está trabalhando com duas hipóteses para o curto-circuito com descarga elétrica que provocou o apagão: condições climáticas desfavoráveis e descarga elétrica.

A primeira hipótese em análise são condições meteorológicas adversas, que englobam descargas atmosféricas, popularmente chamadas de raios, acompanhadas de chuvas e ventos intensos. A capacidade dos equipamentos de suportar as tensões elevadas foi reduzida e pode ter rompido o isolamento, gerando uma descarga elétrica, o que provoca o curto-circuito.

“A outra hipótese, devido ao fenômeno curto-circuito da forma como foi, praticamente simultâneo, um monofásico evoluindo para trifásico, é que as elevações da voltagem nas fases sãs podem ter sido superiores à tensão de suportabilidade do isolador. Aí, você reduz a suportabilidade, que causa a descarga elétrica, atinge o condutor e provoca o curto”, informou o diretor-presidente do ONS. O desligamento triplo das linhas de transmissão de Itaipu pode ser caracterizado como uma eventualidade que não poderia ser evitada, comentou Chipp.

Presidente do grupo de 12 países maiores operadores do mundo, Hermes Chipp insistiu que não há nenhuma nação que desenvolva um sistema de planejamento redundante para suportar esse tipo de fenômeno. “É extremamente antieconômico e a sociedade não suporta”.

Relatório sairá em breve

O Operador Nacional do Sistema Elétrico pretende entregar um relatório consolidado sobre o blecaute de energia na próxima segunda-feira, 23. O documento deve ser enviado ao Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico e à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Após, o texto será discutido com especialistas de todo o país, responsáveis pela formação dos profissionais do setor.

O relatório engloba as causas do blecaute, o efeito dominó, esquema de controles automáticos e o tempo de recomposição, revelou Hermes Chipp. O documento estará disponível a todos os interessados.

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