A 4ª edição do Congresso Vocacional do Brasil traz como tema a Vocação e o Discernimento
Thiago Coutinho, enviado especial a Aparecida
O Santuário de Aparecida sedia até este domingo, 8, a 4ª edição do Congresso Vocacional do Brasil, cujo tema é “Vocação e Discernimento”. Um dos convidados de destaque do evento é o padre Amedeo Cencini. O religioso falou sobre o magistério da Igreja com o Papa Francisco e como o Santo Padre insiste para que os fiéis vivam a alegria do Evangelho no mundo contemporâneo ― o cerne do conceito que envolve a Igreja em Saída, tão propagado pelo líder da Igreja Católica.
Padre Cencini, consultor da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, recordou o Sínodo dos Jovens e o quanto a presença deles é importante para que a Igreja desperte a vida vocacionada. “Os jovens são a parte dos seres vivos que mais querem preencher a vida com a busca de sentido. Na juventude não pode faltar a utopia humanitária”, afirmou. “Nunca o discernimento foi colocado no centro da vida cristã como agora”, ressaltou.
O Sínodo dos Jovens, realizado no ano passado, foi o despertar para o que o padre definiu como a renovação da Igreja, que levou ao tema deste congresso. “Por um lado, a Igreja fez sua própria reflexão sobre o universo juvenil e como se aproximar dele. Por outro, os jovens quiseram mostrar voz, exprimindo suas esperanças, críticas, e isso não se deve a um tipo de concessão daqueles responsáveis pelo Sínodo, mas se deu porque a Igreja quer um ‘nós’ inclusivo, os jovens na Igreja, não os jovens como um problema, mas como uma benção”, observou.
Transmissão da fé
Nos jovens, segundo o padre, existem os motivos pelos quais a Igreja se motiva a continuar a transmitir a fé. “A contribuição deles é formidável e um desafio para a Igreja. Esta interrupção do que é transmitido não se repete, Deus não se repete. A fé se revela sempre de um modo novo, no progresso da humanidade, em suas vicissitudes, para os mistérios além da aparência”, refletiu.
A coletiva
Uma entrevista coletiva foi realizada na tarde desta sexta-feira, 6, e contou com a presença do Pe. Cencini, Pe. Elias Silva, coordenador nacional da Pastoral Vocacional, responsável pela organização do evento e pela Pastoral Vocacional, entre outros.
Os religiosos apresentaram algumas medidas discutidas até aqui e o quanto o congresso poderá divulgar de concreto à Igreja no Brasil. “Já houve uma caminhada até aqui. Espero, agora, que possamos viver uma unidade”, disse Edna Maria de Sousa, leiga representante da Conferência Nacional dos Religiosos do Brasil.
“Uma caminhada para responder as realidades do país”, acrescentou Pe. Ângelo Mezzari, assessor do Congresso Vocacional. “Este Congresso se volta à missão fundamental da vocação: reconhecer o chamado de Deus. Por isso o discernimento poderá ajudar aos fiéis a descobrirem mais sobre o seu chamado, a sua vocação”, salientou.
Foram nove anos desde a terceira edição do Congresso Vocacional ― as edições anteriores foram em 1999, 2005 e 2010. Esta quarta conferência vem sendo pensada há algum tempo. “Desde as primeiras reuniões, os preparativos foram ganhando forma, sobretudo nos últimos dois anos”, detalhou padre Elias.
O conteúdo discutido no Congresso Vocacional será sintetizado em um texto-base que será publicado até o fim deste ano.