Prevenção

Novembro azul: campanha alerta sobre o câncer de próstata

Somente em 2016, o Brasil registrou cerca de 60 mil novos casos

Thiago Coutinho,
Da redação

Novembro Azul: campanha contra o câncer de próstata / Foto: Getty Images

Outubro foi o mês dedicado às mulheres se prevenirem contra o câncer de mama durante a campanha Outubro Rosa. Agora, é a vez dos homens se precaverem contra o câncer de próstata na campanha Novembro Azul, um movimento pela saúde integral do homem e que, no Brasil, é coordenada pelo Instituto Lado a Lado pela Vida.

Segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA), somente em 2016 foram registrados no Brasil 61.200 novos casos de câncer de próstata. É o tipo de câncer que mais atinge os homens no país ― perde apenas para os tumores de pele não melanoma.

A doença, porém, tem 90% de chance de cura quando diagnosticada precocemente. Para isto, os exames médicos periódicos são fundamentais, sobretudo em homens a partir dos 50 anos de idade. “Em homens com antecedentes familiares de câncer prostático, deve-se iniciar o rastreamento aos 45 anos”, explica o urologista Luís Augusto Seabra Rios, médico responsável pela unidade de Urodinâmica do Hospital Albert Einstein, pelo setor de Urologia Feminina e Urodinâmica do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo e membro do Comitê Científico do Instituto Lado a Lado pela Vida.

Este foi o caso de Antônio de Oliveira, 73 anos, que há três anos descobriu um câncer de próstata. Após uma consulta de rotina, Antônio mencionou uma dificuldade ao urinar quando ia ao banheiro. “Fiz o teste PSA e foi constatado que a minha próstata estava aumentada. Em seguida, fiz a biópsia e constaram o câncer”, relata. Como foi descoberta no início, Antônio conseguiu se curar da doença após 38 sessões de radioterapia.

O toque retal (que dura cerca de 10 segundos e são suficientes para que o médico busque regiões irregulares na próstata) e o exame de sangue para verificar a dosagem do PSA (antígeno prostático específico) são os mais indicados para descobrir a existência ou não do câncer de próstata. Os dois devem ser realizados de forma conjunta. “O toque retal não é mais eficiente do que o PSA na detecção do câncer de próstata. São exames complementares e devem ser realizados em todos os pacientes”, afirma Rios.

Um dado curioso: os homens negros são mais propensos ao câncer de próstata. A causa, porém, ainda é desconhecida. “Os negros têm maior incidência de câncer de próstata por questões genéticas. Não se sabe ainda quais são os genes responsáveis por esta maior tendência”, afirmou o urologista.

Cultura machista

Quanto antes descoberto, maiores são as chances de se combater o câncer de próstata. Há, porém, uma cultura machista em relação ao preconceito que muitos homens têm de ir ao médico. Esse é um comportamento que faz com que os homens vivam sete anos a menos do que as mulheres e que os homens aos poucos têm tentado derrubar. 

“Isto pode, sim, ser um agravante. Infelizmente não temos em nosso meio estatísticas que quantifiquem qual é o real papel negativo que o preconceito exerce sobre o diagnóstico precoce e a mortalidade do câncer prostático”, explicou o médico urologista. “Mas o aumento da consciência em relação a este problema tem levado mais homens ao médico”, reiterou.

Alimentação e hábitos saudáveis

Não há dados concretos acerca da influência dos alimentos sobre o surgimento do câncer de próstata. As evidências, entretanto, apontam que uma alimentação sadia, rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais e pobres em gordura, principalmente as de origem animal, não só ajudam a diminuir o risco de câncer, como também o risco de outras doenças crônicas não transmissíveis. “A obesidade e outros fatores ambientais também podem exercer papel adicional de risco”, alertou Rios.

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