Cuidado com a saúde

Novembro Azul orienta homens sobre o câncer de próstata

Campanha realizada desde 2010 quer estimular homens ao cuidado com a saúde e conscientizar sobre câncer de próstata

Jéssica Marçal
Da Redação, com colaboração da Rádio Canção Nova

Viaduto Chá com iluminação azul por ocasião da campanha / Foto: Instituto Lado a Lado pela Vida

Viaduto Chá, em São Paulo, com iluminação azul por ocasião da campanha / Foto: Instituto Lado a Lado pela Vida

O mês de novembro tornou-se referência no combate ao câncer de próstata, o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens e responsável por 13 mil mortes anuais. A campanha Novembro Azul, realizada por diversas entidades nesse mês, visa orientar a população masculina sobre prevenção e tratamento da doença.

O Instituto Lado a Lado pela Vida é o responsável pelo lançamento da campanha, que começou em 2010 aqui no Brasil; desde 2003 ela já era realizada nos Estados Unidos. Em entrevista à Rádio Canção Nova, a presidente da entidade, Marlene Oliveira, contou que antes não havia movimento nacional que olhasse para a saúde do homem, então houve a ideia de fazer uma iniciativa similar ao Outubro Rosa, campanha tradicional de combate ao câncer de mama.

Marlene acredita que o preconceito ainda é muito forte entre os homens e, nesse sentido, a campanha busca fazer com que o homem tenha com sua saúde o mesmo cuidado que a mulher tem com a dela. “Nossas ações são todas dirigidas a fazer com que o homem acabe com esse preconceito. A gente percebe algumas melhoras, mas ainda estamos muito distantes de uma situação ideal, em que o homem gerencie sua saúde, não tenha nenhum receio referente aos exames de câncer de próstata”.

Neste ano de 2016, o foco da campanha é a saúde integral do homem, pedindo que eles recebam o mês de novembro como um mês para cuidar da saúde. “É importante a gente ressaltar que o homem não é somente a próstata, o homem tem diabetes, tem doenças cardiovasculares, hipertensão, ele precisa ter um cuidado integral com sua saúde, não pode negligenciar”.

Com a palavra, o médico

Membro do comitê científico do instituto Lado a Lado pela Vida, o urologista Celso Heitor explica que, quando o câncer de próstata dá sintomas, ele já está em um estágio avançado.

“Os sintomas mais frequentes são a dificuldade para urinar, a dor para urinar, o homem pode perceber um pouco de redução da força da saída de urina quando ele vai ao banheiro. Mas infelizmente quando ele percebe esses sintomas vendo que estão relacionados ao câncer de próstata, essa doença, em aproximadamente 90% dos homens, já está numa fase avançada”.

O câncer de próstata é mais comum em homens com mais de 60 ou 65 anos de idade. A prevenção inclui uma dieta saudável, rica em fibras, o que facilita a digestão das gorduras. Também é importante não fumar, evitar a obesidade e praticar atividades físicas. “Ainda hoje, o principal fator de prevenção é o diagnóstico precoce através dos exames de prevenção”.

Fatores de risco

Dr. Celso indica como um dos principais fatores de risco da doença os antecedentes familiares, principalmente pai ou avó que já tiveram câncer de próstata. Nesses casos, o homem tem um risco seis vezes maior de ter a doença em relação aos outros.

Homens da raça negra também têm risco maior de adquirir e desenvolver a doença. “Alguns estudos mostram que às vezes esse tumor, quando acontece em um homem da raça negra, ele também pode ser mais agressivo”.

O tratamento depende do estágio da doença. Se detectado no início, há a possibilidade de fazer cirurgia para retirada da próstata ou radioterapia para tratar o tumor. Em fase mais avançada, os tratamentos não visam a cura, mas procuram retardar o desenvolvimento da doença. “Tudo isso de caráter temporário, porque não conseguimos mais oferecer tratamento de cura para esses homens”.

Após o tratamento, quando a doença é detectada em fase inicial, Dr. Celso explica que os homens, na maioria dos casos, podem voltar a ter uma vida normal. Isso porque os efeitos colaterais mais comuns, tanto da cirurgia quanto da radioterapia, estão relacionados à incontinência urinária e com a impotência sexual, mas os dois fatores são tratáveis.

“Atualmente, quando na fase inicial de descoberta da doença, o risco de desenvolver esses efeitos colaterais já foi bastante reduzido em comparação ao que era no passado, mas mesmo que eles ocorram, é importante que o homem saiba que eles têm tratamento”.

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