Itaici

No ENP, padres iniciam dia de retiro

O professor e pesquisador na área da missiologia, padre Paulo Suess, assessorou neste sábado, 15, o quarto dia do 12º Encontro Nacional de Presbíteros (ENP), realizado em Itaici, interior de São Paulo, desde o dia 13. Pela manhã, Suess fez a conferência A missionariedade dos presbíteros a partir do Documento de Aparecida. Na parte da tarde, conduziu a plenária, respondendo a questionamentos dos participantes do encontro. À noite, os presbíteros já entraram em clima de retiro, orientados pelo arcebispo de Porto Velho (RO), dom Moacyr Grechi.

“Comparo-me a um acupunturista que, com algumas agulhas, faz circular a energia pelo corpo todo, isto porque o tema é muito amplo”, disse ao introduzir o tema. Segundo Suess, o Documento de Aparecida “serve para nos inspirar e não apenas ficar nele”. Ele chama a atenção para a necessidade de compreender a missão não como um determinado território, mas como a missão recebida pelo nosso batismo. “Neste contexto, somos todos missionários onde quer que estejamos. Porém, a Igreja, quando está ligada ao poder político, não é livre e não é missionária”, ponderou. “A igreja deverá ser a casa dos pobres, a advogada dos justos e dos pobres”, reflete o padre Paulo Suess.

Suess desenvolveu o tema seguindo uma linha histórica a partir do Brasil colonial até os dias de hoje. Ele destacou que o Documento de Aparecida apresenta a missão do presbítero como “um dom para a comunidade”.

“Cresceu a população, mas não cresceu proporcionalmente o clero para acompanhar o povo nas diferentes situações, seja no mundo urbano, na migração e suas necessidades”, considerou Suess. Para ele, a Igreja é convocada “a descer ao povo pobre e sofrido” e, para isso, “necessita de missionários místicos e proféticos”.

O missiólogo recordou, ainda, que é preciso valorizar e contar com a força de trabalho dos leigos, mas ressaltou que eles têm outras atividades que os limitam. “Os leigos no mundo urbano lutam das 5h às 20h para sustentar a sua família e isso limita muito sua disponibilidade para o serviço pastoral”, sublinha.

Suess evidenciou também, os compromissos assumidos pelos bispos na Conferência de Aparecida e ressaltou, segundo a mesma Conferência, o dever das paróquias. “A paróquia deve ser a casa dos pobres, o lugar da iniciação cristã, uma igreja que vai até os pobres, acolhe as pessoas e as envia em missão. Ela deve ser uma paróquia Samaritana”, concluiu.

Orientados pelo arcebispo de Porto Velho (RO), dom Moacyr Grechi, os presbíteros iniciaram, já na noite de ontem, um retiro marcado por clima de silêncio e meditação.

“Rezar não é falar muito. É fundamental escutar Deus que nos fala na vida e por meio dela. Ele fica como que espreitando uma breha para entrar, para atingir o mais profundo do ser do homem, o coração, e não só a inteligência”, disse o arcebispo. “A palavra coração encontra-se mais de mil vezes na bíblia e significa: o homem todo a partir de dentro”, considerou o arcebispo.

Na segunda-feira, 18, o encontro prossegue com as eleições para os cargos da diretoria da Comissão Nacional de Presbíteros e outros encaminhamentos. Uma carta dirigida a todos os padres do país deverá ser aprovada pelos participantes do ENP e divulgada no encerramento, na terça-feira, 19.

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