25 de agosto

No dia de Frei Galvão, devotos testemunham graças alcançadas

Santuário de Frei Galvão recebe todos os dias peregrinos do Brasil todo que testemunham graças alcançadas pela intercessão do santo brasileiro

Kelen Galvan
Da redação, com colaboração de Catarina Salete

O primeiro santo nascido no Brasil foi canonizado há 11 anos pelo Papa Bento XVI, e as graças alcançadas por sua intercessão continuam numerosas / Foto: Robson Siqueira – Arquivo Canção Nova

A Igreja Católica celebra nesta quinta-feira, 25, a Solenidade de São Frei Galvão. O primeiro santo nascido no Brasil foi canonizado há 11 anos pelo Papa Bento XVI, e as graças alcançadas por sua intercessão continuam numerosas, principalmente por meio das famosas pílulas de Frei Galvão.

Uma novidade deste ano, foi a mudança, ocorrida no dia 16 de outubro, do formato em que serão entregues as pílulas, . “Antes, elas eram embrulhadas num quadradinho de papel de pipoca, agora serão guardadas num saquinho plástico e entregues em um folder, com explicações sobre o uso da pílula, sobre as relíquias do santo, sua beatificação e canonização, além de conselhos do padre do santuário”, explica a coordenadora da confecção das pílulas, Roseli Aparecida da Silva.

São muitos os testemunhos de graças que chegam ao Santuário pela intercessão de Frei Galvão. “Todos os dias chegam ao Santuário peregrinos de todos os lugares do Brasil e até de fora do país”, conta a voluntária.

Confira alguns testemunhos:

Ana Cláudia Pereira Leite da Silva, 53 anos

“Há 3 anos e oito meses, eu sofri um acidente de carro em Paraty (RJ), quebrei a bacia, o braço, e era para ser operada da bacia. E eu tomava direto as pílulas de Frei Galvão, porque ajudava no Santuário e ouvia tantos testemunhos de graças, que me apeguei a ele. Não estava conseguindo vaga para a cirurgia, mas o médico falava que eu iria precisar fazê-la mesmo, porque a bacia estava muito quebrada. Mas eu continua insistindo: “não tem jeito mesmo?”, porque acreditava que Deus estava me curando. Passou um tempo e eu pedi pro médico fazer outro raio-X, e fizemos, mas ele disse que estava do mesmo jeito. E eu falei: ‘nossa, não acredito?!’. Depois, consegui a vaga para a cirurgia em Taubaté (SP). Chegando lá fizeram um novo raio-X e não tinha mais nada, só uma cicatriz. Fiquei internada ainda uma semana – aqui na minha cidade, em Guaratinguetá (SP), já havia ficado 35 dias. E hoje eu sempre divulgo Frei Galvão, falando que você tendo fé, você recebe a graça”.    

Dr. Marcelo Meirelles, 72 anos

“Em 1990, eu tive uma doença imunológica muito rara, que se chama púrpura trombocitopênica trompofágica (PTT), e eu fiquei internado no Hospital Alberto Einstein, em São Paulo (SP), por 30 dias. Não tinha um tratamento específico para essa doença. Na época eram 400 casos descritos na literatura mundial. Então eu fazia muitas transfusões de sangue. E depois de uns 20 dias de internação, eu já estava psicologicamente muito abatido, porque praticamente a gente não sente nada da doença e eu ficava preso dentro de um quarto. Aquilo foi me dando uma depressão. Até o dia em que minha irmã mais velha foi me visitar no hospital e me levou as pílulas de frei Galvão. Eu comecei a tomá-las e o quadro clínico foi melhorando e com mais uns dias eu tive alta do hospital. Depois retornei para fazer controle, mas tinha sarado definitivamente. E os médicos ficaram ‘seu santo é forte’, porque o índice de mortalidade é grande. E eu fiquei devoto de frei Galvão, porque ele me ajudou muito”.

Daniele Larissa Alves de Oliveira, 30 anos

“Quando estava grávida da minha filha, Maria Júlia, fui fazer um ultrassom morfológico, e minha maior ansiedade era descobrir o sexo do bebê. E a médica que estava fazendo o exame não conseguiu descobrir, mas me pediu para voltar no dia seguinte para fazer o ultrassom de novo. Voltei no outro dia sozinha e ela conseguiu ver que era uma menina, mas me disse que tinha uma alteração, que a bebê estava apresentando um cisto de plexo coróide na cabeça, mas não me deu maiores explicações. Fiquei apavorada. Então comecei a pesquisar na internet e fui consultar um especialista: o neurologista. E ali, ele me explicou que o cisto era um sintoma de várias síndromes, mas não era o indicativo máximo, ou seja, poderia acontecer da bebê não ter nenhum problema, mesmo tendo o cisto. Mas também havia a possibilidade de ter uma complicação. A medicina também mostrava que havia possibilidade dos cistos sumirem naturalmente. Mesmo entendendo tudo isso, como mãe queria que minha filha não tivesse problema nenhum. No decorrer da gestação surgiu um novo cisto na bebê. Então me apeguei à fé, tomava as pílulas de Frei Galvão e minha mãe levava os ultrassons todos os meses no Santuário de Frei Galvão pedindo a cura da bebê. Um mês e meio antes do nascimento, num ultrassom que fiz, mostrou que o cisto chegou ao tamanho máximo para a idade gestacional. E no penúltimo ultrassom mostrou que um dos cistos tinha sumido e o outro estava diminuindo. E no último ultrassom não havia mais nada. Minha filha nasceu saudável, hoje vai completar sete anos, é muito inteligente e também é devota de Frei Galvão e diz que Ele é seu padrinho. Eu atribuo essa graça à Frei Galvão”.    

Roseli Aparecida da Silva, 61 anos 

“Minha fé foi se fortalecendo a partir desta busca. Meu filho envolveu-se com drogas aos 13 anos, e começou um sofrimento da família por vê-lo nesta situação. E eu, como mãe, sofri muito e comecei a buscar Deus e rezar diante do Santíssimo pedindo por ele. Na época ainda era Capela de São José (onde hoje é o Santuário de Frei Galvão). Quando a capela tornou-se o Santuário, eu comecei a pedir a intercessão de Frei Galvão pela cura e libertação de meu filho, chorando mesmo. Depois de um tempo, eu passei a agradecer, porque acreditava que Deus estava fazendo a obra e comecei a rezar também pelos meninos que estavam ao redor dele, também no vício. E foram 15 anos de oração, mas graças a Deus e à intercessão de Frei Galvão ele foi liberto. Hoje faz 11 anos que meu filho está liberto. Ele casou-se e tem uma filha de oito anos, e eu continuo meu trabalho de voluntária no Santuário de Frei Galvão, que já realizo há 12 anos”.      

Maria da Soledade Solaris, 69 anos

“Eu morava no nordeste, e vim de ônibus para visitar duas filhas que eu tenho que moram no Paraná. E quando passei em Aparecida, eu vi da rodovia o Santuário de Nossa Senhora Aparecida, eu ali eu rezei: ‘óh, minha mãe, me leve um dia para entrar em sua casa tão linda, que eu não conheço’. Passou-se um tempo, meu filho veio morar em Guaratinguetá (SP). Depois que eu e meu marido nos aposentamos e viemos morar para cá. Eu vim antes do meu marido, paguei aluguel por quatro anos. Depois de um tempo conseguimos vender nossa casa no nordeste, para comprar uma aqui, mas não estávamos conseguindo. Nesse tempo, eu e meu marido começamos a ajudar como voluntários no Santuário Frei Galvão, recebendo peregrinos. Depois de um tempo, tive problemas nos joelhos e não consegui ajudar mais. Então fui lá me despedir de Frei Galvão, e chorava tanto, porque não tínhamos conseguido comprar a casa ainda. Dias depois meu filho chegou na minha casa, alugada, dizendo que tinha encontrado uma casinha à venda no valor do dinheiro que tínhamos. Fomos ver, era uma casa simples, mas conseguimos comprar e demos uma ajeitadinha. E Frei Galvão continua aqui, me ajudando com a colher e o tijolo, porque ainda não terminei de reformar a casa”. 

Origem e confecção das pílulas

As pílulas são distribuídas gratuitamente pelo Santuário Frei Galvão, em Guaratinguetá (SP), e são confeccionadas por 27 voluntários, que produzem mensalmente cerca de 40 mil. “A produção diminuiu um pouco devido ao novo formato, antes eram feitas até 70 mil por mês, mas esse número deve aumentar com o tempo”, explica Roseli. https://www.santuariofreigalvao.com/pedido-de-pilulas.html

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.: Saiba como receber as pílulas de Frei Galvão

O Santuário chega a distribuir até 80 mil por mês. As pílulas são feitas em material totalmente comestível, em papel de arroz, com a oração “Depois do Parto óh Virgem, permanecestes intacta. Mãe de Deus, intercedei por nós!”, como acontece desde sua origem.  

Conta a história que, certo dia, Frei Galvão foi procurado por um senhor muito aflito, porque sua mulher estava em trabalho de parto e em perigo de perder a vida.

O frade escreveu em três papelzinhos o versículo do Ofício da Santíssima Virgem: “Pos partum Virgo, Inviolata permansisti: Dei Genitrix intercede pro nobis” (Depois do parto, ó Virgem, permaneceste intacta: Mãe de Deus, intercedei por nós). Deu-os ao homem, que por sua vez levou-os à esposa. A mulher ingeriu os papelzinhos, que Frei Galvão enrolara como uma pílula, e a criança nasceu normalmente.

Caso idêntico deu-se com um jovem que se contorcia com dores provocadas por cálculos renais. Frei Galvão fez outras pílulas semelhantes e deu-as ao moço. Após ingerir as pílulas, o jovem expeliu os cálculos e ficou curado.

Desde então, as pílulas começaram a ser procuradas pelos devotos de Frei Galvão, e até hoje o Mosteiro fornece para pessoas que têm fé na intercessão de Servo de Deus.

História de Frei Galvão

Santo Antônio de Sant’Ana Galvão, mais conhecido como Frei Galvão nasceu em 1739 na cidade de Guaratinguetá (SP).  Foi um frade católico e primeiro santo nascido no Brasil. Foi canonizado pelo papa Bento XVI durante sua visita ao Brasil em 11 de maio de 2007.

Antônio viveu com seus irmãos numa casa grande e rica, pois seus pais gozavam de prestígio social e influência política. O pai, querendo dar uma formação humana e cultural segundo suas possibilidades econômicas, mandou o filho com a idade de treze anos para o Colégio de Belém, dos padres jesuítas, na Bahia, onde já se encontrava seu irmão José.

Lá fez grandes progressos nos estudos e na prática cristã, de 1752 a 1756. Queria tornar-se jesuíta, mas por causa da perseguição movida contra a Ordem pelo Marquês de Pombal, seu pai o aconselhou a entrar para os franciscanos, que tinham um convento em Taubaté, não muito longe de Guaratinguetá. Assim, renunciou a um futuro promissor e influente na sociedade de então, e aos 16 anos, entrou para o noviciado na Vila de Macacu, no Rio de Janeiro.

Fez seus votos solenes no dia 16 de abril de 1761. Foi então mandado para o Convento de São Francisco em São Paulo a fim de aperfeiçoar os seus estudos de filosofia e teologia, e exercitar-se no apostolado.

Terminados os estudos foi nomeado Pregador, Confessor dos Leigos e Porteiro do Convento, cargo este considerado de muita importância, pela comunicação com as pessoas e o grande apostolado resultante. Faleceu no dia 23 de dezembro de 1822.

(Fonte: Santuário Frei Galvão)

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