João Paulo II alertou nesta quinta-feira (31/10), sobre os perigos que apresenta a eutanásia, ao encontrar-se com o novo embaixador da Bélgica ante a Santa Sé, segundo país do mundo, após a Holanda a legalizar neste ano, esta prática.
No discurso que pronunciou diante de Benoît Cardon De Lichtbuer, de 60 anos de idade, diplomático de carreira, o pontífice recordou que «o homem criado por Deus e chamado a compartilhar Sua vida divina, esteve sempre no centro da visão cristã do mundo e, por este motivo, a Igreja respeita e defende o dom da vida».
«Como poderá calar sua profunda inquietação e sua reprovação diante das leis votadas recentemente em diferentes países, que tem legalizado a eutanásia ativa, convertendo-se assim em senhores da vida e da morte?», perguntou.
«Numa sociedade, na qual com demasiada freqüência somente parecem levar em conta a boa saúde e a rentabilidade, é necessário ver com outros olhos as pessoas frágeis ou no fim da vida; em particular, aplicando e desenvolvendo cuidados remediáveis para todos os enfermos cuja situação o requeira».
Estes cuidados –declarou– «permitem aliviar a dor e acompanhar com dignidade os que vão morrer». «O reconhecimento do caráter sagrado e a inviolabilidade de toda pessoa humana conferidos pelo Criador é, de fato, a única autêntica defesa contra as violações sempre possíveis e de sua dignidade», assegurou.
«Uma sociedade que corresse o risco de colocar em questão estes fundamentos se exporia a perigos muito mais graves –concluiu–, em particular o de fazer depender somente do consenso – sempre mutável, o direito das pessoas e das necessidades fundamentais».
Fonte: ZENIT