No Dia da Música, profissional explica como a canção age no organismo do ser humano e fala dos benefícios causados por ela
Monique Coutinho
Da redação
Há quem goste de ritmos mais agitados, outros um pouco mais lentos, e existem também pessoas ecléticas que se encaixam em todos os estilos musicais. Nesta terça-feira, 22, é comemorado o Dia da Música, um conjunto de ritmos, harmonia e melodia que expressam a cultura e atua diretamente nos sentidos do ser humano.
A música é considerada uma linguagem de comunicação universal, capaz de sensibilizar o indivíduo e impulsioná-lo a ter determinadas atitudes. A música interliga as mais variadas faculdades, podendo abranger as seguintes dimensões humanas: biológica, mental, emocional e a espiritual.
A musicoterapeuta especialista em acupuntura, Aline Pietrobom, afirma que a música é uma boa ferramenta para quem deseja melhorar a qualidade de vida, uma vez que ela causa efeitos positivos no sistema nervoso.
“A música traz um efeito de excitabilidade física, ou relaxamento muscular, dependendo das características sonoras, correlacionado ao estado emocional do indivíduo no momento”, observa.
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O profissional de musicoterapia se utiliza dos efeitos sonoros e musicais, em um contexto clínico, social e educacional, para o desenvolvimento da melhoria de vida, facilitando e promovendo a comunicação, relacionamento, aprendizado e expressão do indivíduo.
“É possível atender às necessidades emocionais, mentais, físicas, sociais e cognitivas do paciente através dos sons e da música, sempre com embasamento científico”, acrescenta Aline.
Referências musicais
Aline observa que a música faz referências com determinadas situações, como por exemplo, canções que se escuta desde criança. Possivelmente essas serão sempre relacionadas com a família, moradia, ambiente em que viveu desde a infância.
“Morei até meus 15 anos e sempre ouvi com minha família músicas gauchescas e regionais. Até o fim da minha vida, possivelmente, essas melodias serão referência da minha família, minha casa e minha morada.”
O sentimento causado pelas canções dependem das lembranças remetentes a ela. Aline diz que a música, com o seu poder, pode exercer uma grande influência no indivíduo. “ Para uma pessoa, o samba pode ser alegre e para outro nem tanto, isso depende das suas experiências.”
Influência nas atitudes
Não apenas lembranças, mas a música também pode influenciar os indivíduos a tomarem determinadas atitudes. Para se exercitar, por exemplo, é recomendado escutar canções com ritmo mais acelerado – acrescenta a musicoterapeuta – pois despertam mais excitabilidade e faz com que se utilize menos oxigênio, obtendo maior rendimento. Para relaxar, as músicas mais calmas e com sons de água causam um conforto maior, remetendo ao ventre materno.
Além disso, a música tem o potencial de evocar as pessoas. “É possível observar que quando as pessoas ouvem música, uma série de imagens é produzida a nível cerebral, independentemente de sua preferência musical. Isso acontece porque nosso cérebro transforma quase todas as experiências que temos em imagens mentais”, afirma.
Por meio da sua linguagem de ritmo, melodia, forma, tom, harmonia, timbre, instrumentação e vozes, a canção toca todos os níveis existentes no ser humano, e as nuances da estrutura musical afetam o fluxo de imagens cerebral. “Cada estrutura de música pode nos levar a diferentes experiências que evocarão diferentes emoções.”
Positividade e otimismo
Saber usufruir do gosto musical corretamente faz aumentar a possibilidade da pessoa ser mais positiva, otimista e alegre. Segundo a profissional, a mente está mais aberta e propensa às emoções e sensações positivas quando a música é agradável. “A forma que uma pessoa enxerga o mundo e dialoga consigo mesma, pode ter um efeito profundo sobre o nível de estresse diário que ela absorve”.
A profissional faz um link com o compositor Kurt Pahlen, que afirma que a música é, junto à dança, uma das mais antigas artes como forma de expressão e é ainda mais antiga que a linguagem. Diferente das artes plásticas e da pintura, ela não pressupõe uma disposição técnica, bastando apenas a espontaneidade do som percutido em seu corpo ou em qualquer objeto. “O som faz parte da vida, onde há movimento, há som”, conclui.