Luciane Marins e Padre Roger Araújo
Na véspera do Dia Internacional da Mulher, o Canção Nova em Foco conversa com a delegada Margaret de Freitas Assis Rocha, Chefe da Divisão Especializada de Atendimento à Mulher, ao Idoso e à Pessoa com Deficiência de Belo Horizonte (MG), sobre a violência contra a mulher.
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Para a delegada, há muito a ser celebrado, porém muito ainda a ser conquistado na defesa da mulher. “Os direitos estão escritos na Constituição, os direitos existem, falta o cumprimento deles. Temos de cobrar o dever de respeitar o direito da mulher”.
Agressão física, ameaça psicológica, injúria e difamação estão entre as denúncias mais comuns que chegam à delegacia. Segundo Margaret, com a implantação e a divulgação da ‘Lei Maria da Penha’, a mulher tem denunciado mais. “Ela está mais determinada a denunciar por ver que existem mecanismos que podem ser usados por ela em caso de violência.”
Mesmo diante do avanço que a lei trouxe, muitas mulheres ainda se sentem inibidas e não procuram a delegacia. O medo, a situação econômica e a dependência emocional são alguns dos fatores que as impedem de denunciar as agressões sofridas.
A falta de prova ou de testemunha da agressão também dificulta a denúncia, mas a delegada esclarece que isso não deve, de maneira alguma, ser motivo para que a mulher deixe de procurar a delegacia. “A polícia vai buscar essas provas. Não é a vítima que tem de buscá-las, é um trabalho da Polícia Civil.”
A delegada orienta que, diante da agressão, o melhor a se fazer é denunciar. “As mulheres não podem ser vítimas das suas vidas, mas autoras. Se você está passando por uma situação de violência, denuncie, para que você possa ter uma vida melhor, quebrar esse ciclo de violência e viver com felicidade, amor, que é o que nós procuramos no dia a dia: a felicidade, o amor, a compreensão, o carinho e a possibilidade de viver uma vida livre”.