Dom Damasceno foi arcebispo de Aparecida (SP) por 13 anos; nesta quarta-feira, Vaticano anunciou nome de novo pastor para a arquidiocese
Jéssica Marçal
Enviada a Aparecida (SP)
Sentimento de missão cumprida e de realização no ministério. Foi assim que o cardeal Raymundo Damasceno definiu sua trajetória ao longo de 13 anos como arcebispo de Aparecida (SP). Ele conversou com a imprensa nesta quarta-feira, 16, após o Vaticano ter anunciado como novo arcebispo local Dom Orlando Brandes, até então da arquidiocese de Londrina (PR).
“Saio feliz, realizado, muito grato a Deus, muito grato a todos, aos fiéis da arquidiocese, aos padres, tanto do clero diocesano como do clero religioso, às comunidades religiosas, aos agentes de pastoral da arquidiocese, aos movimentos apostólicos, às autoridades dos municípios da arquidiocese, enfim, a todos, porque o trabalho de um bispo não se faz sozinho”, declarou o cardeal.
Dom Damasceno foi arcebispo de Aparecida desde 2004. Ele apresentou sua renúncia ao ministério episcopal em 2012, quando completou 75 anos. A partir de hoje, ele passa a ser administrador apostólico da arquidiocese até a posse de Dom Orlando, programada para 21 de janeiro de 2017. Após esse período, ele pretende voltar para Brasília, onde tudo começou como seminarista e onde foi bispo auxiliar por 16 anos.
O cardeal se considerou um privilegiado por ter podido viver tantos momentos bons como arcebispo de Aparecida, entre eles, a visita de dois Papas – Bento XVI em 2007 e Francisco em 2013 – ocupa lugar especial em sua memória.
“Esses dois momentos são inesquecíveis para mim, essa experiência realmente da presença do Papa, do Vigário de Cristo, do Sucessor de Pedro em Aparecida formando essa tríade de três papas que visitaram o Santuário”, disse, recordando também a visita de São João Paulo II em 1980, quando Dom Damasceno ainda não era arcebispo.
A Dom Orlando, Dom Damasceno deseja muita felicidade no ministério episcopal e um pastoreio fecundo, não só em relação aos fiéis, mas também no que diz respeito aos romeiros. “O bispo de Aparecida tem que ter um coração muito grande, um coração para os fiéis da arquidiocese pela qual ele é responsável, mas sem esquecer também a atenção e o carinho para com os romeiros que aqui vem aos milhares e milhões a cada semana, sobretudo aos finais de semana”.
Entre as alegrias de seu ministério episcopal em Aparecida Dom Damasceno também incluiu a vivência do Jubileu da Misericórdia, instituído pelo Papa Francisco e que começou em 8 de dezembro de 2015. No domingo, 13, o cardeal fechou a Porta da Misericórdia no Santuário Nacional e amanhã viaja para Roma, onde participará do encerramento oficial do Ano Santo, no dia 20 de novembro.
E por ocasião de sua renúncia, Dom Damasceno escreveu uma mensagem endereçada a todos os fiéis, em que faz um resumo de sua trajetória como arcebispo de Aparecida. Ele expressa agradecimento a Deus e a todo o povo que o acolheu e foi seu colaborador. Afirma com veemência que termina seu ministério em Aparecida como pastor plenamente realizado e, além de deixar sua benção para a arquidiocese, pede orações.
“Rezem por mim, para que Deus me dê a graça de cumprir sua vontade no lugar e no tempo que Ele me reservar, concedendo-me levar a bom termo a minha carreira e o ministério que Dele recebi”.