Mês de agosto é dedicado às vocações; neste primeiro domingo, celebra-se a vocação dos ministros ordenados
Denise Claro
Da redação
A Igreja no Brasil celebra, em agosto, o mês vocacional. A cada semana, celebra-se uma vocação específica. Neste primeiro domingo, 5, será celebrada a vocação aos ministérios ordenados. A escolha se deve ao fato de no dia 4 de agosto ser comemorado o dia de São João Maria Vianney, o Cura D’Ars, patrono dos padres; e no dia 10, o dia de São Lourenço, patrono dos diáconos.
O padre pode desenvolver a sua missão sacerdotal seja em uma paróquia, seja fazendo parte de uma comunidade ou congregação religiosa, ou ainda estando à frente de um seminário, cuidado da formação de novos padres. Há ainda aqueles que deixam sua terra para ir em missão a lugares onde a Igreja é mais carentes de agentes evangelizadores.
Padre Ademir Costa é membro da Comunidade Canção Nova e foi ordenado há dois anos. Vive hoje, como padre, uma experiência missionária na África. Está desde o último dia 8 de março atuando, junto a outros sacerdotes salesianos e missionários de diversos carismas, na Diocese de Tete, na Vila de Moatize, em Moçambique.
O chamado ao sacerdócio de Padre Ademir aconteceu quando teve seu encontro pessoal com Deus, em 1996. “Eu encontrei a razão da minha vida, o verdadeiro sentido, e como quem encontra um tesouro, deixei tudo para conquistá-lo”, conta o sacerdote.
Os passos na vocação foram dados. Padre Ademir ingressou na Comunidade Canção Nova, foi ordenado, mas desde que sentiu o chamado de Deus, percebia em si o desejo pela missão “Ad Gentes”, de ir em direção aos povos, o que foi concretizado em sua vida com a ida para a África.
Ao ser perguntado sobre o que é ser padre, o sacerdote responde: “Ser padre é ser pai, conduzir almas. É ser um portador da Graça, levar ao povo os sacramentos. É um desafio ser a pessoa de Cristo no mundo e levar a benção de Deus a todo o povo. Ser padre é doar-se por inteiro”.
Em relação ao desafio de todo sacerdote, Padre Ademir ressalta que as pessoas precisam se lembrar que o padre é um ser humano, com defeitos, sentimentos, limites, e não um “super-herói”.
“Isso é muito perigoso, olhar o padre assim. O padre é alguém que tem sobre si a graça sobrenatural do ministério que Deus lhe concedeu. Isso é o que eu trago para mim. Somos como irmãos mais velhos, como pais, que conduzem o povo. Com apenas dois anos de sacerdócio, ainda estou aprendendo a ser padre”.
Padre Ademir explica que sua rotina durante a semana é como numa paróquia no Brasil. Aos finais de semana, ele se dedica à missão nas aldeias e povoados.
“Logo cedo vamos à escola dar o ‘Bom Dia’ aos alunos, junto com os outros padres. Durante o dia atendo o povo, e faço o programa de rádio. Nos finais de semana é que vou em missão para os povoados e aldeias”, relata.
O dia-a-dia de um padre missionário é por vezes puxado, exigente. Padre Ademir diz que muitos lhe perguntam se a missão é cansativa, ao que ele responde que é “um cansaço que faz bem ao coração”.
“É bom quando estamos cansados do corpo, mas felizes, realizados. É um cansaço revigorante. Aqui temos muitos desafios, próprios de um início de missão: estamos longe da nossa terra, não temos quase nada, e a inculturação às vezes é difícil, mas em tudo Deus nos conduz e nos guarda, e a alegria da nossa alma nos faz superar todos os desafios. Sou muito feliz e realizado como padre!”.