Operação Zelotes

Lula é indiciado pela PF por corrupção passiva

Mas a defesa do petista negou qualquer ato ilícito de Lula

Ansa

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi indiciado nesta segunda-feira, 15, pela Polícia Federal por crime de corrupção passiva por suposta participação na venda de uma medida provisória em inquérito aberto dentro Operação Zelotes.

Em um comunicado, a defesa de Lula repudiou “toda e qualquer ilação” do petista e disse que o indiciamento faz parte da “perseguição política” sofrida pelo ex-presidente.

Para a PF, Lula e mais 12 pessoas, entre elas ex-ministros de seu governo e empresários, participaram de um esquema criminoso que resultou na edição da Medida Provisória 471, a qual estendeu incentivos fiscais a montadoras e fabricantes de carros das regiões norte, nordeste e Centro-Oeste.

De acordo com o relatório da PF que segue para análise do Ministério Público, que pode ou não oferecer denúncia à Justiça, lobistas representando as montadoras teriam repassado ao PT de forma ilícita cerca de R$ 6 milhões para que a MP fosse publicada.

Por sua vez, os advogados de Lula disseram desconhecer o indiciamento e afirmaram que o ex-presidente tem sido “submetido, nos últimos dois anos, a verdadeira devassa e nenhuma prova foi encontrada, simplesmente porque não houve de sua parte qualquer ato de corrupção”.

“Essa onda de ataques só serve para reforçar que nosso cliente é vítima de perseguição política por meio de procedimentos jurídicos, prática reconhecida internacionalmente como lawfare, e que atenta contra o Estado Democrático de Direito”, diz trecho da nota.

A Operação Zelotes investiga desvios no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão que é vinculado ao Ministério da Fazenda e é a última instância administrativa de recursos referentes a impostos e multas de contribuintes.

De acordo com as investigações, diversas empresas teriam participado de um esquema envolvendo o pagamento de propina a conselheiros para que manipulassem resultados dos julgamentos. Grandes executivos, como o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, são réus em processos relativos à Zelotes.

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