Sínodo dos Bispos dedicado à juventude acontecerá de 3 a 28 de outubro
Denise Claro
Da redação
No próximo mês, de 2 a 28, será realizado o Sínodo dos Bispos, em Roma, dedicado à juventude. O tema da XV Assembleia Ordinária será “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional.”
Desde a convocação do Sínodo, foi confeccionado um Documento Preparatório, e enviado um questionário a todas as Dioceses. Além disso, a preparação foi marcada pela abertura de um portal online com questionário para que os jovens possam se expressar. Em março, ocorreu a reunião pré-sinodal, com a presença do Papa Francisco entre jovens dos cinco continentes e de diversas religiões, além de ateus.
Presidente da Comissão para a Juventude da CNBB e bispo da diocese de Imperatriz (MA), Dom Vilson Basso afirma que a expectativa para o Sínodo é grande. Para ele, toda a novidade deste Sínodo, com a preparação que envolveu cerca de 15 mil jovens, foi muito bonita:
“Todas essas expectativas estão no Instrumento de Trabalho que os padres sinodais, que participarão do Sínodo, receberam. O desafio foi escutar os jovens, compilar seus desejos, seus clamores e seus sonhos e agora poder responder a todas essas questões, junto ao Papa Francisco.”
Dom Vilson lembra que dentre os desejos da juventude estão a necessidade de ser escutada, de ser acolhida pela Igreja, de ‘ter espaço’ físico, afetivo, onde ela possa se encontrar, onde possa conversar, ser de fato levada a sério. O bispo reafirma que “os jovens são de fato a janela do futuro, pois enxerga mais longe e antecipa as mudanças, tendo assim muito a ensinar e a caminhar junto com a Igreja”.
O religioso reforça a importância de se colocar em debate no Sínodo a multiplicidade e a diversidade cultural dos jovens:
“Nós dizemos ‘as juventudes’. São realidades juvenis totalmente diferentes: o jovem que vive na cidade e o que vive no campo; o jovem que vive na periferia; o que trabalha e o que não tem oportunidade; o que estuda e o que não tem oportunidade de estudar. É preciso conhecer a realidade juvenil. A primeira parte do Instrumento de Trabalho fala sobre reconhecer a escuta da realidade juvenil. Depois, a questão do discernimento vocacional. Depois escolher percursos de conversão pastoral e missionária para, de fato, responder a essa grande diversidade juvenil. Toda essa diversidade é riqueza, possibilidade para a Igreja ser mais missionária e acolhedora.”
Voz do Jovem
O Coordenador da Pastoral Juvenil Nacional, Lucas Galhardo, participou da reunião pré-sinodal em março deste ano, em Roma, e estará presente no Sínodo dos bispos em outubro, como representante brasileiro.
Lucas acredita que os jovens esperam por uma Igreja transparente, acolhedora, comunicativa, acessível e com uma linguagem atualizada à juventude:
“Uma Igreja crível e que não tenha medo de ser vista como vulnerável. Sincera em admitir erros passados e presentes, e que se apresente como uma Igreja feita de pessoas capazes de erros e incompreensões. Esperamos mais reconhecimento de nossas capacidades e protagonismo. Uma igreja que nos ajude sendo luz nas mais diversas etapas da vida, em especial, no discernimento vocacional.”
Lucas afirma que o processo de escuta, diálogo e abertura à cultura de cada jovem é importantíssimo e ressalta a relevância do jovem na Igreja:
“O processo deste próximo Sínodo demonstrou este interesse. Nós, jovens, temos muito a contribuir com a Igreja e toda a sociedade, nas mais diversas áreas. Às vezes, só faltam oportunidades e uma boa orientação e acompanhamento.”