O mês de junho é dedicado à prevenção, informação e cuidados com relação à saúde do sangue, destacando duas doenças muito comuns: anemia e leucemia
Thiago Coutinho
Da redação, com colaboração de Elane Gomes
A prevenção e cuidado com o sangue é o tema escolhido pelos médicos para este mês de junho, na campanha Junho Laranja. Duas doenças são muito frequentes e lembradas quando este tema é abordado: a anemia e a leucemia.
A anemia, por definição, é uma doença caracterizada pela redução dos níveis de glóbulos vermelhos no sangue. “São eles os responsáveis por carregar o oxigênio por todo o nosso corpo”, detalha a hematologista Clarisse Lobo, doutora em Ciências Médicas.
“Uma pessoa que tem anemia tem menos oxigênio no sangue para realizar todas as atividades do corpo”, acrescenta a médica. Ainda segundo a especialista, a falta de glóbulos vermelhos no sangue ocorre por falta de ferro, vitamina B12 ou eritropoietina (substância que funciona como fermento na fabricação do sangue). “Estas três substâncias podem ser repostas e a anemia pode ser corrigida ou melhorada na grande maioria dos casos”, afirma.
Hereditário
Alguns casos de anemia podem ser hereditários — são transmitidos de pai para filho. Nestes casos específicos, a solução é um pouco mais complexa. “O controle destes tipos de anemia só se dá pelo transplante da medula óssea, para que o defeito na fabricação da hemácia possa ser corrigido por meio de um transplante”, diz.
Leucemia
Outra doença comum relacionada ao sangue é a leucemia. Trata-se, basicamente, de uma anomalia relacionada à perda de leucócitos, que são de suma importância para a defesa do corpo e são fabricados na medula do osso.
“Não na medula espinhal, onde se toma a anestesia. Mas na medula do osso, como se fosse no corpo dele. No meio do osso há uma espécie de ‘esponja’, onde as células do corpo são fabricadas. Essas células, leucócitos, hemácias e plaquetas e demais componentes sanguíneos são fabricados ali, na medula do osso”, explica Clarisse.
A doença ocupa esses espaços na “esponja” da medula do osso. Assim, não sobra espaço para produção das hemácias e plaquetas. “Por isso a pessoa que tem leucemia acaba desenvolvendo anemia e plaquetopenia. Mas é uma anemia porque não existe espaço para a medula óssea fabricar células saudáveis, existe um acúmulo de células doentes”, esclarece a médica.
Tratamento
O tratamento das anemias é direcionado àquilo que falta no organismo da pessoa — obviamente, desde que comprovado por meio de exames. “Se a pessoa tem falta de ferro, tomará ferro. Se falta vitamina B12, vai tomar. Se está diminuindo a produção de eritropoietina, vai toma-la. E se tiver leucemia, existem vários tratamentos diferentes, pois existem vários tipos de leucemia”, explica Clarisse.
Os vários tipos de leucemia são identificados por meio de um exame chamado Mielograma. “Ou também por meio da coleta de sangue periférico, em que identificamos as células e como medicaremos para tratar a doença”, reitera.
Todas as leucemias, segundo Clarisse, são malignas. “As anemias, inicialmente, são potencialmente tratáveis, por isso ficam no grupo das doenças benignas. Mas as doenças malignas também são tratáveis, embora precisem de remédios específicos, às vezes quimioterápicos, transplante de medulas, trata-se de um tratamento prolongado”, afirma.
Quanto mais rápida a doença é descoberta, maiores são as chances de cura.
Sintomas
Cansaço é um dos sintomas que estão presentes nas duas doença. “Na leucemia, aparecem manchas roxas pelo corpo, por falta de plaquetas. Se faltam plaquetas, aparecem vários hematomas. Por isso, se a pessoa tem hematomas, infecção a todo instante e cansaço, deve procurar um médico, pois são sinais de que pode haver algum tipo de alteração nas células do corpo responsáveis pela defesa e coagulação das plaquetas e hemácias. E são doenças diferentes: uma coisa não ‘vira’ outra. Portanto, se você tem anemia ela não vai se tornar leucemia”, finaliza.