JMV comemora 190 anos da primeira aparição de Nossa Senhora a Santa Catarina Labouré
Denise Claro
Da redação
Neste sábado, 18, é comemorado o aniversário de 190 anos da primeira aparição de Nossa Senhora das Graças à Santa Catarina Labouré. Esta primeira aparição se deu à religiosa na França. Catarina era de origem humilde e recém chegada ao noviciado, em 1830.
De lá para cá, outras aparições aconteceram em que Nossa Senhora, além de apresentar o modelo da medalha milagrosa, pediu que fosse criada uma confraria dos Filhos e Filhas de Maria. O primeiro grupo foi criado, em 1838, e se espalhou pelo mundo inteiro. No Brasil, a Associação chegou em 1865 e logo começou a se difundir no país. Por volta de 1968, os grupos foram denominados Movimento Marial no Brasil, nome que mudou para Movimento Marial Vicentino e, atualmente, chama-se Juventude Mariana Vicentina.
O Censo Nacional de 2020 mostrou que a JMV Brasil está presente em todas as regiões do país, sendo 17 estados, e conta com, aproximadamente, 1500 membros, entre crianças, adolescentes, jovens e adultos. Internacionalmente, a JMV está em 75 países espalhados pelos cinco continentes.
O movimento está vivendo, nesses dias, uma programação toda especial pela comemoração dos 190 anos da primeira aparição da Virgem Maria. A chamada “Semana da Aparição” conta com festividades, celebrações e seminários.
A jovem Silvana Nascimento é presidente do Conselho Nacional da JMV e comenta que, na aparição de Nossa Senhora a Catarina, Ela a encarrega de uma missão:
“A visita da Mãe surge como um alerta de grande perigo, de desgraças que cairiam sobre a França e todo mundo, mas também é acompanhada da promessa de graças infinitas através de dois chamados. O primeiro é o convite à oração e à Eucaristia, nas palavras de Maria: ‘Vinde aos pés deste altar. Aqui as graças serão abundantes’, já o segundo chamado se refere à preocupação materna com seus filhos mais necessitados: ‘A Santa Virgem quer que organizeis uma associação’.”
Para a presidente, a importância de comemorar esta data está em se lembrar do início deste tempo favorável à graça de Deus, pela intercessão de Maria. Ela conta que, nesta aparição, o alerta de Deus foi sobre três escolhas: “Ele escolheu o que há de mais fraco no mundo, Ele se revela a corações puros e Ele precisa de servos.”
Silvana lembra que, de acordo com os critérios humanos, a noviça Catarina não era qualificada. Após a morte de sua mãe, Catarina, aos 9 anos de idade, tomou para si Maria como Mãe. Catarina era prometida numa vocação de serviço através do carisma vicentino de sua congregação: as Filhas da Caridade. “Portanto, celebrar esta aparição é glorificar a Deus e suas escolhas”, afirma.
A missão da JMV Brasil
Silvana salienta que, através do carisma vicentino e da espiritualidade mariana, a JMV busca propagar a devoção a Nossa Senhora. Ela explica que o movimento vive o ‘Magnificat’ de maneira orante e prática. Os membros jovens levam aos marginalizados afeto e esperança traduzidos em necessidades materiais, buscando não perder de vista o objetivo de mirar e imitar Cristo. De maneira interna, busca-se o conhecimento profundo do pedido de Maria, promovendo vivências e momentos de partilha para que o conhecimento desta devoção aumente o amor a Jesus e à Sua Igreja.
No Brasil, são 79 grupos compostos de crianças, jovens e adolescentes. A JMV oferece um processo catequético-formativo de amadurecimento na fé e aos seus membros a possibilidade de servir aos pobres atuando em solidariedade. “Em tempos de grande maldade e realidades ruins, a JMV vem ser o raio de luz que brota das mãos de Maria. Sendo filhos e consagrados a Ela, pelo batismo e pela associação, temos que brilhar aonde a luz não chega: aos pobres, sejam eles materiais ou espirituais. Precisamos ser esperança e serviço para que, através da caridade, possamos levar bondade e transformar as realidades ao nosso redor. Mais do que isso, ser um Jovem Mariano Vicentino é sair de si constantemente e enxergar o outro através da fé. Por possuir um caráter missionário, esta associação é uma imersão contra o egoísmo e narcisismo tão latente em nossa juventude atual.”
Programação
Sobre a programação do aniversário da primeira aparição, Silvana comenta que, curiosamente, a pandemia os presenteou com uma grande oportunidade: um grande encontro nacional virtual.
“Um encontro nacional é um desejo antigo de nossos jovens e que devido à extensão territorial de nosso país e os custos para deslocamento ainda não foi possível realizar. Geralmente, nesta data, os grupos ficam atarefados desenvolvendo uma celebração local, no entanto, neste momento, estamos na “Era das lives” e por isso conseguimos uma grande mobilização em todo país para a realização de uma atividade comum. A programação deste ano acontece durante uma semana inteira, através de transmissões em nosso Instagram e Youtube.”.
Juventude
Lorena Campolina faz parte da Juventude Mariana Vicentina há nove anos e atua no núcleo diocesano da JMV em Contagem (MG). Ela conta como ingressou no movimento.
“Fui convidada a participar da JMV por um amigo da Crisma. Ele me contou a história das aparições de Nossa Senhora a Santa Catarina, e os pedidos de fundar uma associação de jovens. A partir daí, comecei a me dedicar ao movimento, criando uma intimidade com Nossa Senhora das Graças e São Vicente de Paulo. Sempre me coloquei no lugar de Santa Catarina, e ouvi Nossa Senhora me dizer: ‘Deus quer te confiar uma missão’. É essa frase que me impulsiona todos os dias a trabalhar pela JMV”.
A jovem diz que, a partir do momento em que começou a participar do movimento, passou a enxergar o mundo de outra forma. O movimento trabalha através de quatro pilares: formação, espiritualidade, missão e fraternidade.
“Os grupos trabalham de forma que possam equilibrar tais pilares, e que tornam o trabalho com os jovens e com os mais necessitados melhor. Nesses nove anos, tive várias formações com a Palavra de Deus, sobre a vida dos santos e sobre a vida missionária. Visitas aos mais pobres, enfermos e idosos, atenção às crianças e campanhas de arrecadação de alimentos e agasalhos para os mais necessitados. A fraternidade busca trabalhar a comunhão entre os jovens, e nisso a JMV faz muito bem, somos uma verdadeira família. Tive a oportunidade de conhecer jovens de outros estados e até de outros países, e o amor à missão é o mesmo.”
Lorena vê a importância do movimento no fato de que este impulsiona os jovens a amar Nossa Senhora e ainda mais a Seu Filho, Jesus.
“Enxergando no irmão o rosto do próprio Cristo, sendo agentes transformadores de realidades tão duras e difíceis, trabalhamos com os jovens, cheios de vida e energia, dispostos a fazer a diferença no mundo. Como dizemos: A Cristo, por Maria, ser, amar e construir.”